Diante do crescente aumento da obesidade em nível global, a procura por soluções eficazes para o emagrecimento intensificou-se. Duas estratégias têm se mostrado relevantes: o emprego de medicamentos, como o Ozempic, e a prática da cirurgia bariátrica. Contudo, qual dessas abordagens se revela mais eficaz e segura para indivíduos que almejam a perda de peso e a melhora da saúde?
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O Ozempic foi inicialmente desenvolvido para o tratamento do diabetes tipo 2, porém, notou-se que a perda de peso era um efeito colateral da medicação. Posteriormente, o medicamento passou a ser utilizado fora da indicação original, tornando-se um produto de grande sucesso e principal opção para indivíduos em processo de emagrecimento, mesmo que não se enquadrem no grupo indicado para o tratamento. Já a cirurgia bariátrica é um procedimento mais antigo e indicado para casos graves de obesidade.
Ao selecionar a melhor opção, a decisão varia conforme o indivíduo e suas necessidades, sendo fundamental o suporte médico para essa escolha.
Nem todos os pacientes respondem tão bem ao tratamento com o Ozempic. Para pessoas muito obesas, com IMC maior que 40 e com complicações, a cirurgia bariátrica ainda é a mais indicada, mas lógico que a gente sempre tem que tentar o tratamento clínico. Ainda acho que muitos pacientes vão se beneficiar dos novos medicamentos, principalmente indivíduos com IMC próximo a 35 e que não apresentam tantas comorbidades.
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A semaglutida, substância ativa do Ozempic e do Wegovy, promove uma perda média de 17,4% do peso corporal em 15 semanas. O Mounjaro, produto da Lilly que estará disponível no Brasil no próximo mês, pode resultar em uma redução de 25,3% do peso em 20 semanas. Os fármacos atuam sobre o GLP-1, um hormônio relacionado à sensação de saciedade.
A eficácia da cirurgia bariátrica depende do método cirúrgico empregado: na gastrectomia vertical, o estômago reduzido ocupa cerca de 30%, enquanto no bypass a perda de peso é de aproximadamente 35% do peso corporal em 61 semanas.
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Para o cirurgião César Wakoff, da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, as drogas auxiliam no tratamento da obesidade, porém não substituem a eficácia da cirurgia bariátrica. Segundo o profissional, a operação ainda é o método mais eficaz para a perda de peso em indivíduos com Índice de Massa Corporal elevado.
As drogas auxiliam na perda de peso pré-operatória para otimizar o estado clínico do paciente e possibilitar uma cirurgia com menor risco de complicações. Podem ser utilizadas por pacientes que apresentam contraindicações para a prática de atividades físicas e que não podem realizar a cirurgia bariátrica devido a condições clínicas.
Riscos da automedicação para emagrecimento
A popularização de medicamentos para emagrecer é marcada pela automedicação, o que pode causar problemas de saúde. Entre os efeitos colaterais relatados, constata-se náuseas, vômitos e até obstrução intestinal, em casos de uso prolongado.
Há uma banalização do emprego de canetas para o tratamento da obesidade. Diversas pessoas utilizam o medicamento com o objetivo de perder alguns quilos, porém tal prática não se sustenta a longo prazo, pois, ao interromper o uso da medicação, ocorre o retorno do ganho de peso. Ele não é indicado para fins estéticos, somente com recomendação médica.
A Anvisa anunciou a retenção obrigatória de receita para Ozempic e medicamentos similares, visando evitar a venda indiscriminada no mês corrente.
A obesidade representa um sério risco à saúde, associada a diversas condições médicas graves. A condição está ligada ao aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, alguns tipos de
A procura por métodos eficazes para emagrecer aumentou significativamente em razão do crescimento da obesidade mundial. Um estudo publicado na revista médica The Lancet, realizado em 2025, demonstrou que a condição havia se tornado uma epidemia em escala global, impactando mais de um bilhão de indivíduos.
As consequências da obesidade podem ser graves, elevando o risco de doenças cardiovasculares, eventos tromboembólicos, dificuldades nas atividades cotidianas, depressão, entre outros problemas, segundo Wakoff.
Para prevenir a enfermidade, é essencial adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos regulares. Outras ações também podem ser implementadas, incluindo sono adequado e controle do estresse.
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Fonte: Metrópoles