Ozzy Osbourne praticava ocultismo, mas não era satanista. Entenda qual era a fé do vocalista do Black Sabbath

Ícone do heavy metal faleceu aos 76 anos na terça-feira (22).

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(Imagem de reprodução da internet).

O vocalista Ozzy Osbourne faleceu aos 76 anos na terça-feira (22), deixando um legado significativo no rock. Popularmente chamado de “Príncipe das Trevas”, ele era associado ao satanismo – uma imagem que contribuiu para sua construção, porém não correspondia à sua crença religiosa.

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A conexão de Ozzy com o satanismo emergiu, em parte, devido às suas apresentações impactantes e letras obscuras com referências ao ocultismo, a Lúcifer e figuras como Aleister Crowley.

A famosa cena de 1982, em que mordeu a cabeça de um morcego no palco, contribuiu para a percepção de um artista associado a forças negativas. Além disso, trechos de músicas como “Black Sabbath” e “After Forever” foram vistos como uma exaltação do mal, o que provocou manifestações de grupos religiosos nos EUA e no Reino Unido.

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Essa reputação se intensificou nos anos 80, sobretudo após o lançamento da música “Suicide Solution”, que foi associada ao suicídio de um jovem e levou Ozzy a enfrentar processos judiciais e acusações sérias — embora ele tenha sempre alegado que a música abordava os riscos do alcoolismo, e não incentivava a morte.

Apesar da estética sombria e do conteúdo provocador, Ozzy Osbourne manteve sempre uma relação, ainda que contraditória, com o cristianismo. Ele se considerava católico e era membro da Igreja da Inglaterra, uma vertente do cristianismo anglicano.

Ele afirmou ao The New York Times que frequentemente orava antes de se apresentar, o que também é evidenciado no documentário “God Bless Ozzy” (2011), com cenas dele ajoelhado em oração em um camarim.

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Ele relata, em sua autobiografia “I Am Ozzy”, que frequentava a escola dominical anglicana durante a adolescência, em parte devido à influência de amigos e ao contato com a fé católica de sua mãe, ainda que sua família não fosse religiosa.

Ozzy sempre declarou que sua ligação com o satanismo era apenas uma encenação. Em sua biografia “Sabbath Bloody Sabbath”, detalhou: “Não acredito nas coisas do mal. Não sou satanista. Trata-se apenas de um papel teatral que eu interpreto”.

A apresentação, contudo, atraiu satanistas genuínos, sobretudo nos primeiros anos do Black Sabbath. A banda chegou a ser “amaldiçoada” por fãs desiludidos ao perceberem que não possuía envolvimento real com rituais ocultistas.

Assustados, os membros começaram a utilizar grandes cruzes de metal, proposta de Jack Osbourne, pai de Ozzy, que acreditava que isso protegeria o grupo. Ironicamente, as cruzes tornaram-se parte da estética do artista e foram frequentemente interpretadas de maneira equivocada.

Mesmo em suas produções mais recentes, Ozzy persistia em abordar Deus e questões espirituais. Na música “Holy for Tonight” (2020), do álbum “Ordinary Man”, ele interpreta: “Reze por mim, padre, porque eu não sei o que estou fazendo”. Em “Diggin’ Me Down”, suplica: “Vamos, Jesus, não nos faça esperar mais!”.

O cantor de rock apresentava dificuldades devido à doença de Parkinson e mobilidade comprometida, conforme relato da filha Kelly Osbourne, em 13 de julho.

Reconhecido como “Príncipe das Trevas” e “Padrinho do Heavy Metal”, iniciou sua trajetória musical interpretando os clássicos do Black Sabbath, incluindo “Paranoid”, “War Pigs” e “Sabbath Bloody Sabbath”.

As músicas, aliadas a uma série de lançamentos solo, lhe garantiram mais de 100 milhões de discos vendidos em âmbito global.

Fonte por: CNN Brasil

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