P. Diddy: novas acusações contra cantor podem surgir após julgamento

Advogado estima que 400 novas ações civis possam ser propostas em breve.

08/05/2025 9h14

5 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

Prevê-se que até o fim da semana seja formado um júri no julgamento federal de tráfico sexual envolvendo Sean “Diddy”. Representa uma reviravolta notável para aquele que já foi uma figura influente na música, um homem que atingiu o status de bilionário como rapper, produtor e empresário.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Combs se declarou inocente das acusações criminais que incluem conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição. Se condenado, ele pode ser sentenciado à prisão perpétua. Independentemente do resultado, os problemas legais de Combs não terminarão com seu julgamento criminal. Ele enfrenta mais de 60 ações civis nas quais é acusado de agressão sexual ou outras irregularidades. Ele negou todas as alegações.

O advogado Andrew Van Arsdale, que representa 37 indivíduos que já apresentaram ações civis de agressão sexual contra Combs, afirmou à CNN em entrevista exclusiva que possui mais de 400 novas potenciais ações civis.

LEIA TAMBÉM:

O advogado informou que buscará ações civis contra Combs após o julgamento criminal, principalmente devido ao receio de retaliações, considerando que o veterano da indústria musical em dificuldades pode ser absolvido.

Van Arsdale afirmou que, na visão de seus clientes, a demora em se manifestarem se devia ao poder que um indivíduo exercia e às ameaças que ele poderia representar às suas oportunidades profissionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Acredito que há a percepção de que, caso ele não seja considerado culpado dessas acusações, certo? E se ele estiver de volta às ruas em dois meses? O que teria acontecido comigo se eu tivesse feito essas alegações?

“Eu ouço falar sobre isso diariamente. Nossos clientes ainda estão com receio”, declarou.

Um fluxo de ligações

Van Arsdale administra um centro de atendimento por meio de sua empresa, Reciprocity Industries, com sede em Billings, Montana. A empresa foi fundada em 2008, antes que as acusações contra Combs iniciassem.

Por muitos anos, a central auxiliou na análise das reclamações dos chamadores em questões legais, abrangendo desde a recuperação de desastres naturais até alegações de agressão sexual, apoiando escritórios de advocacia no processamento de litígios e divulgando a linha direta como um canal para que as empresas obtenham potenciais clientes.

A Reciprocity emprega mais de 150 especialistas em triagem jurídica e seus serviços são utilizados por mais de 500 escritórios de advocacia nos Estados Unidos.

O advogado Van Arsdale processou a Igreja Católica e os Boy Scouts of America. Seu escritório, AVA Law Group, atende a dezenas de indivíduos que alegam ter sido vítimas de Combs, identificados através de sua central de atendimento Reciprocity, noticiada recentemente pelo The New York Times como o “ponto central de coleta” de alegações de agressão sexual contra Combs.

Van Arsdale afirmou que os registros de chamadas indicaram que a Reciprocity Industries recebeu cerca de 27 mil ligações referentes a Combs.

Após filtrar chamadas indesejadas e consultas irrelevantes ou não confiáveis, a empresa estima que cerca de 15 mil ligações contiveram alegações de maus-tratos contra Combs. Van Arsdale, por sua vez, relatou que, através de um processo de investigação rigoroso, acredita que podem existir mais de 400 novos casos civis potenciais.

Os advogados de Combs acusaram advogados como Van Arsdale de serem “caçadores de ambulâncias”.

“Sim, necessitamos de um sistema robusto para gerenciar o volume de chamadas telefônicas, e sim, precisamos de uma investigação séria para assegurar que estamos apresentando as alegações que devem ser tratadas no âmbito judicial”, declarou Van Arsdale.

A CNN buscou a equipe de Combs para comentar a alegação de Van Arsdale sobre o trabalho em centenas de ações civis potenciais adicionais. Anteriormente, os advogados de Combs informaram à CNN que ele “nunca agrediu sexualmente ou traficou ninguém”, homem ou mulher, adulto ou menor.

Nenhuma quantidade de ações judiciais, alegações sensacionalistas ou encenações midiáticas alteraria essa realidade, afirmaram em um comunicado na época.

Em busca de cura e responsabilização.

Não são apenas Van Arsdale que estão enfrentando Combs. Pelo menos uma dúzia de advogados representam os demandantes que apresentaram ações civis contra Combs. A maioria das alegações não está relacionada, abrangendo décadas com supostos incidentes ocorrendo em vários locais em diferentes estados.

De mais de 60 ações civis já movidas contra Combs, duas foram retiradas: uma, apresentada por uma anônima que se recusou a cumprir uma ordem judicial para revelar sua identidade, e outra contra Combs e Jay-Z, que foi voluntariamente retirada após Jay-Z negar veementemente as alegações e inconsistências surgirem em seu relato.

A equipe de Combs utilizou as divergências em dois relatos de clientes de Van Arsdale: o da mulher que acusou Combs e Jay-Z, e o de um homem anônimo que concedeu entrevista à CNN em dezembro de 2024, com informações que não se alinhavam ao processo, incluindo a alegação de que ele foi drogado e agredido sexualmente por Combs em uma de suas festas.

Van Arsdale afirmou que as contradições na trajetória humana decorreram de uma falha burocrática no cadastro. Após a reportagem da CNN, o escritório apresentou um recurso revisado.

Apesar da distinção entre processos civis e criminais, Van Arsdale afirmou que alguns de seus clientes colaboraram com as autoridades federais no caso criminal envolvendo Combs e poderão ser chamados a depor durante seu julgamento.

Isto representa uma chance que talvez eles não considerassem, devido à observação do funcionamento do sistema.

Van Arsdale afirma que almeja a justiça para seus clientes, sem considerar o veredicto do processo criminal.

Ele afirmou que seus clientes se sentiriam extasiados se ele fosse condenado, considerado culpado e preso. Acrescentou que o próximo passo em seu processo de cura seria a responsabilização pelo ocorrido.

Sean Combs, P. Diddy, Puff Daddy: quem é o rapper

Fonte: CNN Brasil

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.