Padre acusado de violência sexual estaria em reuniões antes do conclave

Padre foi denunciante, sendo arcebispo emérito de Lima, nomeado por João Paulo II.

01/05/2025 13h10

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O cardeal Juan Luis Cipriani é a figura religiosa mais influente do Peru. Após a morte de Francisco em 21 de abril, o cardeal sul-americano homenageou o papa na Basílica de São Pedro e em Santa Maria Maggiore, onde o pontífice argentino foi sepultado.

A fotografia apresenta o cardeal peruano com expressão séria e as mãos entrelaçadas. No Vaticano, ele utilizava uma batina preta, um cinto vermelho, um solitário e uma cruz peitoral. Francisco havia vetado o uso do traje após a divulgação das acusações contra ele, em 2018.

Para a Rede Peruana de Sobreviventes, “Cipriani e os que o apoiam estão revitando a vítima, o que é inaceitável”. A associação afirma que “se trata de uma mensagem alarmante, que prejudica a confiança nos critérios que serão utilizados para a escolha do próximo papa”.

Em 2019, Francisco ordenou que Cipriani se exilasse do Peru, cessasse prestar declarações e abandonasse vestimentas ou símbolos relacionados ao cargo de cardeal, conforme reportado pelo jornal espanhol El País.

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Em janeiro, o Vaticano confirmou que medidas disciplinares específicas, referentes à atividade pública, local de residência e uso de insígnias, foram aplicadas ao cardeal, que assinou e aceitou a decisão.

No entanto, em uma carta pública justificando sua inocência, o arcebispo Cipriani assegura que o Papa Francisco autorizou em 2020 que ele retomasse suas funções pastorais.

Cardeal rejeita a acusação.

De acordo com o jornal El País, a vítima, um homem de 58 anos, alega que o religioso o submeteu a toques, carícias e beijos quando tinha entre 16 e 17 anos.

“Não cometi nenhum crime e não abusei sexualmente de ninguém, nem em 1983, nem antes, nem depois”, assegurou o cardeal em sua carta, publicada na mídia peruana em janeiro. Ele denuncia o fato de ter sido sancionado sem ter direito à defesa.

Apesar de ter mais de 80 anos, o cardeal peruano tem acesso às reuniões preparatórias para a eleição do sucessor de Francisco, a partir de 7 de maio.

Durante uma dessas reuniões, na segunda-feira, os cardeais abordaram a questão da luta contra a violência sexual entre os projetos prioritários do próximo pontifício.

Anne Barrett Doyle, codiretora da ONG Bishop Accountability, sediada nos Estados Unidos, que documenta a violência cometida por clérigos, criticou a presença do prelado na assembleia, conforme comunicado à AFP.

“Isso demonstra a lacuna entre as palavras e as ações da Igreja em relação à agressão”, lamentou. Para muitos observadores, Francisco fez mais do que qualquer outro papa para prevenir e punir a violência sexual dentro da Igreja Católica.

Ele sancionou medidas contra os clérigos e tornou obrigatória a comunicação de possíveis crimes ou tentativas de encobertamento. A única exceção contempla o sigilo da confissão: o sacerdote está obrigado a estimular o agressor a se denunciar, porém não é obrigado a efetuar a denúncia.

Suas reformas permanecem muito insuficientes aos olhos das associações de sobreviventes. “A tolerância zero é um slogan vazio, desde que não esteja consagrado no direito canônico”, declarou Matthias Katsch, sobrevivente alemão e ativista da associação Eckiger Tisch, ao site Crux.

Consulte a matéria completa no RFI, parceiro do Metrópoles.

Fonte: Metrópoles

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