Parlamentares reagem a favor de anistia, reiterando críticas ao STF e pressionando Hugo
A manifestação percorreu o trajeto da Torre de TV até o Congresso Nacional; Bolsonaro participou.

Parlamentares manifestaram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e defenderam a urgência na tramitação do projeto de anistia aos condenados nos atos de 8 de janeiro em Brasília, pressionando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
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A manifestação iniciou-se com uma marcha da Torre de TV até o Congresso Nacional. No percurso, vários deputados e senadores proferiram discursos, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com tom crítico em relação ao Poder Judiciário.
O senador Magno Malta (PL-ES) considerou as prisões como “covardes” e criticou os ministros do Supremo.
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Nossos irmãos foram mantidos presos de maneira covarde. O conselho do mal, dos que estão instalados no STF, não tem qualquer compromisso com a liberdade.
O senador Izalci Lucas (PL-DF) declarou existir uma tentativa de “espalhar ódio e vingança” por parte do STF e defendeu a aprovação imediata da anistia. Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o Brasil está vivendo um “estado jurídico de exceção”.
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O líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), foi um dos parlamentares que cobrou o presidente da Câmara e solicitou que Hugo demonstrasse “respeito” aos parlamentares.
O presidente Hugo Motta, disse que o respeito é uma via de mão dupla. Deve-se respeitar os deputados, os senadores, e respeitar o Brasil. É preciso propor a anistia, pois ela é a maior justiça que o senhor irá realizar.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também pressionou o presidente da Casa, afirmando que o Brasil não pode permanecer sob a influência de uma única decisão, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Deputado Hugo Motta, você foi eleito com nossos votos. Confiam, e o povo brasileiro está aqui andando, caminhando e pedindo para você: pague anistia por honra, por dignidade e por fazer o que é certo, porque o nosso país não pode ficar refém simplesmente por uma decisão de uma pessoa.
A proposta está bloqueada.
O projeto de lei que propõe anistia enfrenta dificuldades na Câmara dos Deputados. Apesar do requerimento de urgência protocolado pelo Partido Liberal, com o apoio de 264 deputados, Hugo Motta ainda não agendou a votação da proposta.
A anistia extingue a punibilidade de crimes, atuando como um perdão legal. No caso dos atos do 8 de Janeiro, os condenados respondem por acusações como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e dano ao patrimônio público tombado.
A proposta encontra-se paralisada desde outubro de 2024, data em que o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), submeteu o projeto a uma comissão especial, que não foi constituída.
Se Hugo Motta optar por destacar a urgência, o projeto poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara, necessitando de maioria absoluta (257 votos) para ser aprovado.
Fonte: CNN Brasil