PDT inicia operação para evitar que Lupi seja afetado pela crise no INSS
28/04/2025 às 13h22

Colaboradores de Carlos Lupi reconhecem a situação delicada do ministro da Previdência Social e iniciaram uma operação para mantê-lo no cargo, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia o futuro do líder do PDT. O responsável pela pasta é alvo de críticas no governo após o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Atualmente, no Ministério da Previdência, está sendo reunida documentação e quaisquer dados que comprovem as ações de Lupi para solucionar o problema.
O Metrópoles revelou que diversas associações ligadas ao ministério praticavam descontos indevidos nos pagamentos de aposentados, em um esquema iniciado no primeiro ano do governo Bolsonaro.
Na sexta-feira (25/4), a Polícia Federal realizou uma operação que afastou a direção do INSS, incluindo o presidente Alessandro Stefanutto, cuja nomeação foi conduzida por Lupi.
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A reunião de segunda-feira (28/4) do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) medirá a situação de Lupi. O conselho é presidido pelo ministro e inclui representantes do governo federal, empregadores, trabalhadores e aposentados e pensionistas. Será um teste do clima interno após o escândalo.
A reunião abordará o acordo que encerrou a greve da Perícia Médica Federal e a medida provisória que instituiu o Programa de Gerenciamento de Benefícios, com o objetivo de reduzir o atraso nas revisões de benefícios previdenciários e assistenciais. Esses temas podem refletir o cenário do setor em função do resultado da agenda envolvendo a questão da permanência ou saída de Lupi.
Na terça-feira (29/4), o desafio será externo, na Comissão de Previdência Social da Câmara. O ministro foi convidado ao colegiado temático antes da operação da PF. Considerando que se trata de um “convite”, e não de uma convocação, Lupi não é obrigado a comparecer e responder aos questionamentos dos parlamentares. Uma ausência, contudo, poderia agravar a posição do pedetista em frente à pasta.
Lula e o PDT de Lupi
Lupi é presidente licenciado do PDT, partido que integra o núcleo governista em função da aliança de partidos de esquerda e centro-esquerda. O deputado André Figueiredo (CE) lidera oficialmente a sigla, mas Lupi mantém sua posição de liderança e busca sua permanência no cargo.
Em 2022, o PDT lançou Ciro Gomes como candidato à Presidência da República, mas rapidamente se alinhou a Lula no segundo turno, em desacordo com o próprio candidato da sigla. Segundo aliados, Lula avaliava o impacto da permanência de Lupi em termos de aliança com a legenda e o custo para o governo em termos de popularidade.
A consideração sobre a possível criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) envolvendo fraudes no INSS também está em debate. Contudo, a avaliação da base governista é que a instauração de CPIs não deve ser incentivada durante a gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e de Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado.
Fonte: Metrópoles