José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu na terça-feira (13) após combater um câncer de esôfago.
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O presidente Yamandú Orsi confirmou o falecimento de Mujica aos 89 anos.
Abaixo estão algumas de suas frases e citações mais notáveis.
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O problema reside em uma questão política. Epicuro, Sêneca ou mesmo os aimaras definiram: “Pobre não é quem tem pouco, mas verdadeiramente pobre é aquele que necessita infinitamente de muito e deseja cada vez mais”. Este é um fator cultural fundamental.
Criamos uma sociedade de consumo, com uma economia que precisa crescer, e isso gerou uma enorme quantidade de consumo desnecessário. Precisamos viver comprando e descartando, e estamos gastando nosso tempo de vida. Quando compramos algo, não gastamos dinheiro, mas sim o tempo que tivemos que trabalhar para conseguir esse dinheiro, com a diferença crucial de que a única coisa que não podemos comprar é a vida. A vida se esgota, e é lamentável desperdiçar a vida perdendo a liberdade.
Indivíduos motivados por dinheiro representam uma ameaça na política.
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O mundo está em constante transformação e, o que é mais grave, a forma de conceber um mundo melhor também se altera continuamente.
É tão impressionante como a nossa natureza é feita que você acaba aprendendo muito mais com a dor do que com a prosperidade. Isso não significa que eu esteja recomendando o caminho da dor, nem nada do tipo. Quero transmitir às pessoas que você pode cair e se levantar, e que sempre vale a pena recomeçar, mil vezes, enquanto você estiver vivo. Essa é a maior mensagem da vida, que pode ser resumida assim: derrotados são aqueles que param de lutar. E parar de lutar é parar de sonhar.
A utopia serve para orientar em meio à incerteza que enfrentamos. Assim, não é mais uma mera utopia, possui o calor de ser um guia para a vida real. Não se busca alcançar uma estrela, mas ela pode permitir caminhar com uma direção concreta aqui na Terra. É por isso que a utopia nunca está acabada, nunca é completa, nunca é perfeita.
Apesar de parecer incomum, sempre me dediquei às coisas com paixão, porém não possuo ressentimento. O ódio é como o amor: cego; no entanto, o amor é, em última análise, criador; o ódio destrói.
É uma necessidade histórica. A democracia te derruba repetidamente, te abala e te faz retornar à humildade republicana, deixando-te sem nada e obrigando-te a começar tudo de novo para se purificar. Porque eu te digo uma coisa: o poder acende todos os seus demônios.
É bom viver como você pensa, caso contrário você pensará como vive.
O desafio ecológico é que as novas gerações, aquelas que ingressam nas universidades atualmente, aquelas que terão a responsabilidade de administrar o mundo futuro, estejam preparadas para enfrentar as circunstâncias e não repitam os erros que nós cometemos. Caso contrário, o que está em jogo é a própria vida.
Para sermos felizes, necessitamos da vida dos outros. Indivíduos sozinhos não significam nada; os indivíduos dependem da sociedade, e o desenvolvimento da sociedade possibilita enriquecer e aprimorar continuamente nossa existência.
A política não deveria ser uma carreira que sustente a vida; deveria ser uma vocação impulsionada pela paixão. Uma paixão criativa, que não assegura a ausência de falhas. Nossas limitações inerentes nos levam a cometer erros. Contudo, devemos encarar a política como um artista faz ao produzir uma obra: com a máxima honestidade disponível e total dedicação.
O improvável exige um investimento, e os derrotados são aqueles que desistem. A vida apresenta inúmeros obstáculos em diversas áreas: no amor, no trabalho, nas aventuras que você imagina, nos sonhos que almeja. Contudo, você encontra forças para se reerguer e recomeçar, pois o que importa é a jornada. Não há destino final, nem triunfo como o Arco do Triunfo, nem paraíso que o aguarde, nem odaliscas para recebê-lo após a morte. Você permanece, ponto final. O que existe é outra coisa: é a beleza de viver a vida intensamente, de amar a vida em qualquer situação e lutar por ela, buscando transmiti-la. Porque a vida não se resume a receber; acima de tudo, consiste em oferecer o que se tem, independentemente das dificuldades.
Refletimos sobre isso. Passamos mais de 10 anos em regime de prisão e tivemos tempo para isso; permanecemos 7 anos sem ler livros e pudemos observar que ou se alcança a felicidade com pouca bagagem, pois ela reside em nosso interior, ou não se alcança nada.
Nunca usei maconha. Tenho outros vícios: cigarros. Se eu precisar tomar uma droga para ser livre, estou perdido. Ou tenho liberdade aqui (na minha cabeça) ou não tenho. Não se compra liberdade em frascos; é uma dependência brutal. Se sou dependente, não sou livre.
Publicado por Gabriella Lodi.
forma clara
Fonte: CNN Brasil