Pesquisa aponta o Brasil como o segundo país com maior número de mortes de ativistas ambientais
Roraima obteve a pior pontuação geral no novo Índice de Democracia Ambiental, com 20,8 pontos sobre 100, enquanto os nove estados da Amazônia Legal apresentaram uma média de 34,5 pontos.

Um índice publicado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e pela Transparência Internacional – Brasil, na segunda-feira (16), classificou o Brasil como o segundo país com o maior número de assassinatos de defensores da terra e do meio ambiente.
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De acordo com o novo Índice de Democracia Ambiental (IDA), os nove estados da Amazônia Legal apresentam baixos níveis de acesso à Justiça (nota 53 sobre 100), acesso à informação (41,7), acesso à participação (31,7) e ainda mais baixos de proteção aos defensores ambientais (apenas 11,8 numa escala de 0 a 100). A média alcançada foi de 34,5 pontos.
Os dados revelam que nenhum dos estados atingiu a classificação de “bom” no IDA. Roraima obteve a pior pontuação geral, com 20,8 pontos; seguido por Acre (26,5), Tocantins (30), Amapá (31), Rondônia (32,1), Amazonas (37,8), Maranhão (39,8), Pará (44,6) e Mato Grosso (48,3).
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O governo federal e demais órgãos da União também foram avaliados, obtendo nota final de 64,8 pontos e boa classificação. Tabela:
Avaliação mais baixa no IDA.
A avaliação mais negativa no IDA, tanto em nível geral quanto individual de cada estado brasileiro, ocorreu no critério de proteção aos defensores e às defensoras ambientais.
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A razão para este resultado é que Pará, Mato Grosso e Maranhão, contam com programas próprios de proteção a defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas, evidenciando uma falta de engajamento no assunto.
Outro fator relevante é a ausência de canais de denúncia de violações de direitos humanos, de protocolos que orientem a atuação policial nesses casos e de capacitação dos agentes.
Desempenho otimizado.
O desempenho médio mais elevado dos estados e da União ocorreu no acesso à Justiça. O estudo analisa a existência ou não – no Poder Judiciário, na Defensoria Pública e no Ministério Público – de estruturas especializadas em questões ambientais, fundiárias e de povos indígenas e comunidades tradicionais.
Quando o acesso à Justiça, à informação e à participação é limitado ou até mesmo negado, defensores ambientais ficam ainda mais expostos à violência. Não existe proteção efetiva sem garantir que a sociedade possa fiscalizar, denunciar e participar das decisões que impactam diretamente o meio ambiente, afirma Marcondes Coelho, coordenador do Programa Transparência e Justiça Climática do Instituto Centro de Vida.
A Transparência Internacional e o ICV advertem sobre a necessidade de implementar as seguintes medidas.
Fonte por: CNN Brasil