Pesquisa aponta queda no otimismo dos empresários no Brasil e no mundo

Pesquisa da Grant Thornton aponta desconfiança econômica no setor empresarial; Brasil alcança a 26ª posição no ranking de otimismo empresarial.

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(Imagem de reprodução da internet).

A confiança empresarial teve início em 2025 em declínio no Brasil e em várias regiões do mundo. Uma pesquisa da Grant Thornton, divulgada exclusivamente para a CNN, indicou que o otimismo no Brasil caiu de 74% no final de 2024 para 61% no primeiro trimestre do ano corrente.

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O Brasil atualmente figura em 26º lugar no ranking de otimismo empresarial. Em o quarto trimestre do ano anterior, o país estava em 10º lugar, após ter perdido a 6ª posição conquistada no ranking em 2023.

A confiança empresarial, em nível global, diminuiu pela primeira vez em dois anos, registrando queda de 76% para 73% no período.

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O estudo foi conduzido com 2.500 empresas, em dezembro do ano anterior, e avalia a visão dos empresários sobre os negócios nos próximos 12 meses.

Na América do Sul, a maior queda na confiança empresarial foi observada, com uma redução de 10 pontos percentuais, atingindo 63% de empresas otimistas.

Enquanto a Europa e a Ásia permaneceram estáveis, a África foi a única região a apresentar um aumento do otimismo para 71%.

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A pesquisa indica que esse cenário se caracteriza por taxas de juros elevadas, inflação contínua, incertezas regulatórias, tarifas comerciais e tensões geopolíticas.

Cinquenta e cinco por cento dos entrevistados indicaram que a principal preocupação é a incerteza econômica. Acesso a financiamento, o aumento da regulação e as pressões competitivas são outras barreiras enfrentadas que se tornaram preocupação entre os empresários.

O diretor-executivo da Grant Thornton, Daniel Maranhão, destacou que a taxa de juros atual afeta sobretudo as empresas com alto nível de endividamento ou que necessitam de capital de giro para manter suas operações.

Há empresas no Brasil com altos níveis de dívidas. Em meio a um período de estabilidade econômica e com a diminuição do consumo, elas começam a se endividar mais devido às altas taxas de juros. Essa é a preocupação, afirmou Maranhão.

Ademais, a situação da inflação foi enfatizada pelo CEO da Grant Thornton. “Embora a inflação global tenha se estabilizado pós-Covid, há uma preocupação quanto à sua retomada, caso haja a questão de tarifas comerciais e políticas comerciais mais restritivas, que podem resultar em um aumento da inflação.”

Alguns setores são mais afetados do que outros diante dessa situação.

Segundo Maranhão, os setores industrial e varejista são os mais afetados e já estão observando um impacto nas vendas em razão da diminuição do consumo, uma vez que com uma queda na produção ocorrem menos contratações formais e há uma redução na população que consome.

Também há a questão do crédito. Observando pelas famílias, as pessoas consumiam bastante com o uso do crédito. No entanto, com os altos juros que temos atualmente, ele impacta em uma redução do consumo devido ao fato de que as famílias já estão bastante endividadas.

No entanto, setores como saúde, tecnologia e serviços digitais, que funcionam com maior flexibilidade e menor exposição a cadeias de suprimentos internacionais, apresentam um desempenho mais estável.

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Fonte: CNN Brasil

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