O setor industrial registrou uma redução de 0,4% na criação de empregos entre março e abril, sendo a primeira vez em 18 meses que essa situação ocorria, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgados nesta sexta-feira (6).

O setor industrial apresentou um crescimento de 0,7% entre janeiro e abril, em relação aos quatro meses de 2024. Em comparação com janeiro e abril do ano anterior, houve um aumento de 2,6%.

O diretor de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, afirma que o índice de mensuração do emprego geralmente apresenta reações lentas e graduais ao contexto econômico. Assim, uma variação negativa de 0,4% é considerável e indica a desaceleração do setor industrial.

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O crescimento na produção de bens industriais resultou em aumento do emprego por um longo período. Houve expansão por 17 meses, que interrompeu-se em março e recuou em abril, devido à queda da demanda e da atividade industrial nos últimos meses.

Contudo, outros indicadores relacionados ao setor industrial apresentaram crescimento significativo em abril. A remuneração salarial real aumentou 4,4%, desempenho que permitiu a recuperação das reduções observadas em fevereiro e março, que foram de 0,3% e 2,5%, respectivamente. No entanto, a massa salarial acumulada aponta para uma queda de 1,3% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o quarto trimestre de 2024.

O desempenho médio dos trabalhadores da indústria – que engloba salário, participação nos lucros e indenizações – subiu 5% de março para abril. Esse resultado contrasta com a redução do indicador percebida nos primeiros meses do ano, ainda que a média salarial permaneça 2,5% inferior ao nível do período final do ano anterior.

Vendas e UCI diminuem.

Após quatro meses com o mesmo nível, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) industrial diminuiu 0,6 ponto percentual, atingindo atualmente 77,9%. A UCI média de janeiro a abril é 0,6 ponto percentual inferior à média observada nos quatro meses anteriores.

A falência da UCI representa um fator importante que demonstra a desaceleração do setor, já perceptível na receita e nas horas de trabalho na produção, segundo Marcelo Azevedo.

A pesquisa aponta que a receita efetiva da indústria reduziu 0,8% em abril. Trata-se da segunda queda sucessiva do indicador, que anteriormente havia diminuído 2,1% em março. Contudo, a receita do setor encerrou o primeiro trimestre do ano com um crescimento de 2,4%, quando comparada aos quatro meses anteriores de 2024.

Em abril, a produção apresentou horas trabalhadas semelhantes às de março. O indicador caiu 0,3%. Entre janeiro e abril, o indicador totaliza alta de 0,9% em relação ao período de setembro a dezembro do ano anterior.

Agência de Notícias da Indústria

Fonte por: Tribuna do Norte