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PF aponta: conheça o deputado acusado de liderar milícia na Bahia


PF aponta: conheça o deputado acusado de liderar milícia na Bahia
(Foto Reprodução da Internet)

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha (Patriota-BA), foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (7). De acordo com as investigações, ele chefia uma milícia em Feira de Santana, município baiano localizado a cerca de 115 quilômetros de Salvador.

O empresário tem 46 anos. Ele nasceu em Milagres, uma cidade que fica a cerca de 250 quilômetros da capital da Bahia. No entanto, ele mora em Feira de Santana desde os 13 anos.

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Segundo o TSE, Binho foi candidato pela primeira vez nas eleições de 2022. Ele recebeu 49.834 votos e foi eleito por meio da média.

No ano passado, ao TSE, ele afirmou possuir cerca de R$ 310 mil em bens e informou ter investido R$ 143,7 mil na sua campanha.

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Ele informou ao TSE que era proprietário de um posto de gasolina no bairro Maria Quitéria, em Feira de Santana. O deputado também já foi dono de um ferro-velho no bairro Jardim Cruzeiro, na mesma cidade.

Certidões de antecedentes criminais apresentadas ao TSE e emitidas pelo Tribunal de Justiça da Bahia e pela Justiça Federal informaram que não constava, até aquele momento, processos com potencial de geral inelegibilidade contra o então candidato.

Segundo o que ele informou à Justiça Eleitoral, Binho não é casado e não concluiu o ensino médio.

Em uma entrevista a um programa de rádio janeiro deste ano, pouco antes de tomar posse como deputado estadual, ele explicou o porquê de seu apelido ser Binho Galinha:

“Antigamente eu trabalhava em abatedouro, com aquela moto que tem um baú, entregando galinha”, disse.

Durante a mesma entrevista, ele mencionou que nunca teve a intenção de se tornar político, mas sempre teve prazer em ajudar as pessoas, dedicando 20 anos de sua vida distribuindo cestas básicas.

Em relação à eleição do ano passado, ele afirmou: “Eu me candidatei sem o apoio de políticos e permaneci neutro no primeiro turno.” No segundo turno, ele manifestou seu apoio a Jerônimo Rodrigues (PT), que acabou sendo eleito governador da Bahia.

Deputado vira réu

Depois que a polícia federal agiu, o Ministério Público acusou o deputado de cometer crimes como lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. Agora, ele vai enfrentar um processo na Justiça da Bahia.

A Justiça estadual aceitou a denúncia e, com isso, Binho Galinha passa a ser réu.

Seis pessoas foram presas antes do julgamento na operação. Foram feitas 35 buscas e apreensões, incluindo a casa e fazendas do deputado. Além do deputado, outras 14 pessoas foram acusadas pelo Ministério Público, incluindo policiais militares.

Nos locais onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, foram apreendidos documentos, pasta de cocaína, armas e munições.

A Justiça acatou o pedido do MP e decidiu bloquear R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados. Além disso, também determinou o sequestro de 26 imóveis, que incluem dez fazendas, nove casas, quatro terrenos, dois apartamentos e uma sala comercial. Outros bens afetados são 14 veículos. Além disso, seis empresas tiveram suas atividades econômicas suspensas.

O Ministério Público solicitou à Justiça que determine o pagamento de multa superior a R$ 30 milhões por danos morais coletivos. Durante as investigações, revelou-se que a organização criminosa realizou, em uma década, movimentações bancárias superiores a R$ 100 milhões, total transferido diretamente ao logo do tempo pelos investigados e por empresas constituídas com o intuito de garantir aparência de licitude aos recursos movimentados.

Tentamos contato com o deputado e com a Assembleia Legislativa da Bahia, mas ainda não obteve retorno.


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