PF avalia escrita do livro “Proibido” atribuído a Tiradentes
O projeto será submetido a análises grafológicas, em colaboração com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Museu da Inconfidência (MG).

A Polícia Federal, por meio de seu Instituto Nacional de Criminalística sediado em Brasília, examinará o livro “Recueil des Loix Constitutives des États-Unis de l’Amérique” — também conhecido como Livro do Tiradentes — para verificar a autoria da obra, que foi considerada proibida na época.
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A obra deverá ser submetida a perícias grafológicas no Serviço de Perícias Documentoscópicas (SEP-DOC) para confirmar se as anotações contidas em seu interior são, de fato, da autoria de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, conhecido pela Inconfidência Mineira – movimento de revolta contra o domínio português no Brasil, no século XVIII.
O livro é uma das obras mais importantes nos acervos brasileiros e foi entregue, junto ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), à PF neste mês.
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“O Livro de Tiradentes” é uma coletânea das leis constitutivas dos Estados Unidos da América, que influenciaram diretamente a Inconfidência Mineira, segundo o diretor do museu, Alex Calheiros.
Há indícios nos Autos da Devassa, documentos judiciais da coroa portuguesa que incriminaram os inconfidentes, de que Tiradentes fazia anotações a mão no exemplar.
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Publicado entre 1776 e 1789, o livro foi identificado como influência direta para os conjurados mineiros, é citado diversas vezes nos Autos da Devassa, de acordo com o Ibram.
O texto é considerado central na história da Conjuração Mineira pelo historiador Kenneth Maxwell. A obra permaneceu com Tiradentes no momento de sua prisão e contém anotações manuscritas que, segundo relatos, teriam sido feitas por ele, que recorria a amigos para traduzir trechos do francês e marcava passagens que mais o interessavam.
Se a autoria das anotações for comprovada, o valor histórico, patrimonial e afetivo do bem se intensifica consideravelmente, proporcionando novas interpretações sobre a atuação de Tiradentes e o pensamento iluminista que impactou a Inconfidência”, afirma Calheiros.
Fonte por: CNN Brasil