Em março de 2025, os Estados Unidos registraram o primeiro caso de gripe aviária H7N9 em 8 anos, ao mesmo tempo em que combatia outra cepa de gripe aviária, a H5N1. Por vários meses, os consumidores no país enfrentaram falta de ovos nos mercados e preços elevados.

Em novembro e dezembro do ano anterior, 17,2 milhões de galinhas poedeiras faleceram nos EUA. A influenza aviária, globalmente, causou a interrupção do abastecimento e o aumento dos preços dos alimentos.

Devido ao surto de gripe aviária nos Estados Unidos, o preço médio de uma dúzia de ovos de qualquer tipo no final de dezembro era de US$ 4,33, representando um aumento de quase 25% em comparação com o início de novembro, conforme dados da Nielsen IQ, divulgados pelo American Egg Board.

Leia também:

O Brasil não aceita ser apenas exportador de minério e almeja desenvolver a produção nacional

Pedidos de bens de capital dos EUA registraram queda inesperada em junho

Firjan afirma que o RJ pode perder US$ 830 milhões caso a tarifaço proposto por Trump seja aprovado

Relembre surto de gripe aviária nos EUA

Nos Estados Unidos, em dezembro de 2024, foi registrado o primeiro caso sério de gripe aviária H5N1 em um indivíduo. Em janeiro de 2025, o Departamento de Saúde da Louisiana comunicou a primeira morte relacionada ao surto do vírus.

A incidência desses casos foi notável em trabalhadores rurais que mantiveram contato com aves ou vacas infectadas.

Em março, o Departamento de Agricultura dos EUA relatou pela primeira vez uma segunda cepa de gripe aviária encontrada no país: a H7N9. A descoberta intensificou as preocupações sobre o surto no país.

A linhagem que causou mais prejuízos às aves nos últimos anos foi a H5N1, contudo, o vírus da gripe aviária H7N9 demonstrou apresentar uma taxa de mortalidade superior, ceifando quase 40% dos humanos infectados desde sua detecção inicial em 2013, conforme a Organização Mundial da Saúde.

Crise de ovos e aumento das importações.

Os consumidores nos Estados Unidos têm enfrentado, por meses, uma crise no mercado de ovos, com preços elevados.

Os consumidores enfrentaram a escassez de produtos nos mercados, restaurantes com valores mais elevados nos menus e um aumento de 53,6% nos preços dos ovos no atacado em fevereiro, que diminuiu ligeiramente em março.

As exportações brasileiras de ovos para os Estados Unidos aumentaram 816% entre janeiro e abril de 2025, em razão do surto de gripe aviária. Foram comercializadas aproximadamente 5.569 mil toneladas no período.

A gripe aviária atinge o Brasil.

O Brasil identificou o vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais, representando o primeiro caso de IAAP em sistemas de avicultura comercial no país.

É importante destacar que o vírus registrado no Brasil é diferente daquele ocorrido nos EUA. O risco de infecções em humanos pelo vírus IAAP é baixo e, em sua maioria, ocorre entre cuidadores ou profissionais com contato intenso com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos.

A circulação do vírus foi confirmada em um matagalo situado no município de Montenegro (RS). O IAAP já havia sido detectado na Ásia, África e no norte da Europa.

A doença não é transmitida para humanos pelo consumo de carne de aves ou ovos. De acordo com o Mapa, não há restrição de consumo.

O Ministério da Agricultura e Pecuária também comunicou que o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é reduzido. Normalmente, a doença impacta trabalhadores ou especialistas com contato direto significativo com aves infectadas, tanto em vida quanto após a morte.

De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a proibição da China de importar carne de frango do Brasil representa um prejuízo de mais de US$ 100 milhões por mês.

A China responde por mais de 10% das exportações mensais de carne de aves, conforme informações do Ministério de Desenvolvimento e Comércio.

As exportações do comércio exterior brasileiro não devem se restringir à China. Há restrições nas exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul para diversos outros países. Em 2023, o estado realizou vendas internacionais no valor de R$ 1,266 bilhão.

Há uma questão estrutural na economia global, afirma professor.

Fonte: CNN Brasil