O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25/4), em Maceió (AL), após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para a execução imediata de sua pena.
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A decisão foi tomada após o ministro negar os recursos da defesa contra a condenação de 8 anos e 10 meses, em um desdobramento da Operação Lava Jato. Em 2023, ele foi condenado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Contudo, isso não é o primeiro caso de corrupção envolvendo o ex-presidente. Recorde a trajetória de Collor.
Caçador de marajás
Fernando Afonso Collor de Mello, filho do ex-senador Arnon de Mello, nasceu no Rio de Janeiro em 1949, embora tenha desenvolvido sua trajetória política em Alagoas.
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Com ascensão rápida, Collor foi prefeito de Maceió nos anos 1980, deputado federal por Alagoas e também governador do estado. No final daquela década, ele ganhou projeção nacional ao realizar uma campanha contra funcionários públicos que recebiam salários desproporcionais. Ele ficou conhecido como “caçador de marajás”.
A notoriedade auxiliou-o a ser candidato à Presidência da República, na primeira eleição direta após o término da ditadura militar. Em 1989, Collor derrotou Lula no segundo turno e foi eleito presidente do Brasil.
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Plano Collor
O governo dele ficou caracterizado pelo Plano Collor, divulgado no dia seguinte à sua posse. Em seguida, o ministro da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, ordenou o confisco da maior parte dos recursos da poupança dos brasileiros, buscando controlar a inflação. A medida provocou uma queda imediata na popularidade de Collor.
Casos de corrupção e renúncias.
Outros casos de corrupção foram associados ao governo, incluindo denúncias feitas pelo irmão do presidente, Pedro, que envolviam o tesoureiro de Collor, Paulo Cesar Farias, popularmente conhecido como PC Farias.
O ministro das finanças mantinha uma conta secreta, utilizada para cobrir gastos particulares do presidente. Uma comissão parlamentar de inquérito foi criada, e Collor passou a enfrentar pressão de legisladores e da população. Iniciou-se um processo de destituição, e, na sessão que poderia anular o cargo presidencial, Collor renunciou.
Já como ex-presidente, Collor deixou o Palácio da Alvorada a pé, de mãos dadas com a ex-primeira-dama, Rosane Collor, em uma cena que entrou para a história do país.
Itamar Franco, então vice-presidente, assumiu a Presidência, enquanto Collor se afastava da política e se mudava para os Estados Unidos.
Retorno político
O retorno do ex-presidente aconteceu nos anos 2000. Inicialmente, por meio de uma derrota nas eleições para governador de Alagoas, em 2002. Posteriormente, como senador eleito, também por Alagoas, em 2006.
Collor exerceu o mandato de senador por 16 anos, até o início deste ano, período em que se envolveu no escândalo que resultou em sua condenação pelo STF.
Em 2022, ele concorreu à governadoria de Alagoas, porém não obteve sucesso.
Prisão
O caso que resultou na prisão de Collor envolveu o ex-senador e mais dois réus: os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos. O primeiro foi apontado na denúncia como administrador de empresas de Collor; o segundo seria o operador particular do ex-parlamentar.
A propina visava facilitar de forma irregular contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.
A decisão de Moraes compreende a expedição do atestado de pena a cumprir pelo Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, após a comunicação do cumprimento do mandado de prisão.
Fonte: Metrópoles