Mais de metade dos membros do STF (Supremo Tribunal Federal) não assinaram uma carta em apoio ao ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira (30.jul.2025). A divisão na Corte se tornou evidente quando apenas 6 dos 11 ministros participaram do jantar oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada na quinta-feira (31.jul.2025).
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Moraes buscou pressão entre os colegas por um documento conjunto após ter sofrido sanções dos EUA sob a Lei Magnitsky, que o impede de operar com instituições financeiras ou econômicas americanas. A apuração do Poder360 revela um ambiente “péssimo” na Suprema Corte. A maioria dos ministros avaliou como inadequado produzir um manifesto em oposição a uma decisão interna de outro país.
Em razão da ausência de acordo, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou uma declaração institucional com abordagem ponderada, sem referenciar os Estados Unidos. O comunicado não recebeu a assinatura dos demais ministros, desapontando a esperança de Moraes por unanimidade em seu apoio.
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O jantar no Alvorada foi organizado como uma forma de evidenciar união, imitando o ato praticado após os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, quando membros dos Três Poderes visitaram a sede do Supremo em sinal de apoio. Barroso recebeu de Lula a tarefa de convidar todos os ministros.
Participaram da reunião: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Roberto Barroso. Os ministros Carmen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça – ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – não estavam presentes na residência oficial do presidente da República.
A busca de Lula era criar uma imagem de união, com o presidente e todos os ministros do Supremo juntos em apoio à soberania brasileira, em consonância com a campanha publicitária promovida pela Presidência da República, visando aumentar a popularidade do governo. Contudo, o resultado evidenciou a fragmentação no Judiciário.
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A newsletter Drive, elaborada pela equipe do Poder360 e destinada exclusivamente aos assinantes, divulgou essa mudança de 6 a 5 na edição publicada no horário do almoço da quinta-feira.
Edson Fachin compareceu à reunião contrariado, considerando institucionalmente inadequado seu ausentar-se, mesmo com sua relutância, dado que assumirá a presidência do STF em menos de dois meses, com Moraes como vice-presidente.
Há uma percepção entre os ministros do Supremo de que Moraes está conduzindo a Corte para uma situação irreversível. Na decisão que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, um ministro chegou a sugerir implicitamente que os EUA seriam “inimigos estrangeiros” do Brasil, linguagem considerada inadequada pela maioria dos ministros.
Fonte por: Poder 360