Polícia Civil encerra investigação e indiciou ex-diretor jurídico do Corinthians
Yun Ki Lee é acusado de negligência inadequada e, se a denúncia for procedente, responderá pelos crimes de roubo e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso Vai de Bet e indiciou Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do Corinthians e responsável pelo departamento na época da assinatura do contrato com a antiga patrocinadora. O caso agora está nas mãos do Ministério Público. Além de Lee, a Polícia Civil já indiciou o presidente afastado Augusto Melo, o ex-superintendente de marketing Sergio Moura, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e o empresário Alex Cassundé, cuja empresa teria recebido R$ 1,4 milhão por supostamente intermediar o negócio com a casa de aposta. O trio responde por associação criminosa, furto qualificado pelo abuso de confiança e lavagem de dinheiro. Lee foi indiciado por omissão imprópria e responderá pelos crimes de furto e lavagem de dinheiro.
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A reportagem contatou o dirigente, porém não obteve resposta. A matéria será atualizada em caso de manifestação. Yun Ki Lee foi um dos dirigentes que pediu demissão após o caso Vai de Bet vir à tona. Em janeiro de 2024, o Corinthians anunciou um acordo de patrocínio com a marca no valor de R$ 360 milhões. A casa de aposta rescindiu de forma unilateral em junho após estourar a informação de que a Rede Social Media, intermediária citada no contrato, repassou parte da comissão a uma empresa de fachada.
Após quase um ano de investigações, a Rede Social Media, apontada como intermediária do acordo de patrocínio, utilizou uma empresa fictícia para que R$ 1.074.150,00 fossem depositados na conta bancária da UJ Football Talent Intermediação, empresa considerada braço do Primeiro Comando da Capital (PCC). O clube nega possuir contrato com a empresa.
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As autoridades consideravam Lee obrigado a impedir o desenvolvimento do caso, porém, não encaminhou o contrato para o setor de compliance do Corinthians. Dessa forma, assumiu a responsabilidade por analisar o documento e não identificou nenhuma irregularidade. Uma das razões que deveria ter sido considerada, segundo as autoridades, é que a Rede Media Social Ltda. não possui cadastro na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), sistema que identifica atividades econômicas de empresas no País.
O promotor Juliano Atoji acompanhou as oitavas da Polícia Civil desde o início da investigação. Se for apresentada denúncia, Yun Ki Lee, Augusto Melo, Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Cassundé se tornarão réus. Caso sejam condenados após a realização das audiências, eles ainda podem recorrer a esferas superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF).
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O primeiro contrato da gestão Augusto Melo, o acordo de R$ 360 milhões da Vai de Bet com o Corinthians, foi rescindido unilateralmente pela casa de apostas em junho de 2024, prevendo o pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela intermediadora da Rede Media Social Ltda. Isso equivalia a R$ 700 mil mensais durante três anos, totalizando R$ 25,2 milhões ao término do contrato. A Rede Media Social Ltda., mencionada no contrato como intermediária da negociação, possui CNPJ a nome de Alex Cassundé, antigo membro da equipe de comunicação do presidente Augusto Melo.
A interrupção por parte da Vai de Bet se seguiu a repasses da comissão pela Rede Media Social Ltda à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa denominada “laranja” e com CNPJ em nome de uma pessoa física. O dono da Rede Media Social negou ter atuado efetivamente como intermediário do acordo, apesar do nome de sua empresa estar no contrato.
A defesa de Augusto Melo reafirma a crença de que o presidente do Corinthians não tem qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso e que o único papel desempenhado por ele foi receber a proposta, encaminhá-la aos departamentos competentes e firmar o contrato com a aprovação de todos os setores envolvidos.
Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias
Fonte por: Jovem Pan