Polícia concede prisão preventiva para homem indiciado pela morte de estudante da Universidade de São Paulo
24/04/2025 às 7h23

A Justiça de São Paulo determinou a prisão temporária do suspeito envolvido no homicídio de Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, estudante da Universidade de São Paulo (USP), encontrada morta na quinta-feira passada (17/4) nos fundos de um estacionamento, na zona leste da capital.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua as investigações, buscando e tentando prender o indivíduo.
A Polícia Civil divulgou na quarta-feira (23/4) a foto do suspeito após disponibilizar um retrato falado referenciado por imagens. Conforme a polícia, a caracterização (à direita na foto abaixo) é uma ilustração elaborada a partir de uma técnica que combina o retrato falado colorido com o auxílio de inteligência artificial (IA).
A identificação do suspeito foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública na terça-feira (22/4). A pasta solicitou a prisão temporária do indivíduo, e a equipe do Departamento de Homicide e Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda os resultados dos exames periciais do Instituto Criminalístico (IC) e do Instituto Médico Legal (IML).
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A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP e responsável pelo caso, declarou que o autor do crime possui dois filhos e uma ex-esposa. “Foi acusado de roubo uma vez, em 2008, mas não tem nada de violência doméstica ou de agressão que ele tenha praticado contra alguém”, afirmou em entrevista à imprensa.
O suspeito ainda não foi localizado e a polícia trabalha com a possibilidade de ele ter deixado a cidade. “Acionamos as viagens [de ônibus], [porque] ele não tinha carro, não tinha dinheiro, vivia de bicos”, disse a delegada.
É possível fazer uma denúncia de suspeito através do Disque Denúncia 181, ligando para o número 181 e seguindo as orientações do atendente. A ligação é gratuita e anônima, visando proteger a identidade do denunciante. Também é possível denunciar pela internet, por meio do site da Secretaria de Segurança Pública.
Caça
Imagens de câmeras de segurança registraram o instante em que o homem segue e se aproxima de Bruna Oliveira da Silva em uma avenida na zona leste da capital.
Na quinta-feira passada (17/04), Bruna foi localizada nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, na região da Vila Carmosina, zona leste de São Paulo. A estudante de mestrado da USP estava desaparecida desde o dia 13 de abril e foi vista pela última vez no terminal de ônibus da estação Corinthians-Itaquera.
Considere o ocorrido.
Manifestação
Os estudantes da USP Leste, responsáveis pelos cursos de arte, ciência e humanidades, realizarão uma manifestação simbólica com o objetivo de reivindicar justiça e solicitar maior ênfase nas investigações.
As estudantes relatam que a situação em que policiais militares encontraram o corpo da estudante e registraram como morte suspeita, sem apreensão de provas e com prejuízo às investigações do DHPP, permanece sem esclarecimentos.
O documento também indica que o caso da Bruna não é isolado e que as mulheres são violentadas cotidianamente. Além disso, o grupo afirmou que está articulando com coletivos feministas, movimentos sociais, parlamentares e movimentos estudantis para a manifestação.
Alunos solicitam medidas concretas que correspondam à realidade da população, que as políticas de apoio às mulheres sejam integradas com diversas redes de apoio e que as câmeras de segurança sejam disponibilizadas: “A família, os estudantes, os professores, os funcionários e todos que tiveram contato com Bruna exigem justiça e resposta para este crime brutal e cruel”.
O parceiro detalha a sequência dos eventos.
Bruna retornou à residência de Igor Sales, seu namorado, localizada no Butantã, na zona oeste, no sábado. Posteriormente, encontrou-se com uma amiga e, na mesma noite, voltou à casa de Igor, apesar do conselho dele.
Eu havia solicitado que ela não viesse, pois precisava buscar o filho no domingo de manhã.
Bruna frequentemente precisava persuadir o ex-marido a cuidar do menino. No domingo, ela solicitou que o pai do filho a levasse na segunda-feira pela manhã, para passar mais tempo na residência do namorado.
O ex-marido não aceitou a alteração. Bruna, então, solicitou que ele conversasse com seu pai para agendar um encontro na estação de metrô, onde entregaria a criança.
Igor recordou: “Ela ficou comigo até 20h, até o limite, porque o pai dela tinha que ir trabalhar às 22h30, então, ela tinha que ir embora”. Ele afirma ter oferecido, como sempre fazia, levá-la de moto até em casa. Contudo, como havia chovido muito no Butantã, Bruna pediu apenas uma carona até a estação de metrô.
Igor relatou que a Bruna chegou à estação Itaquera por volta das 22h. Lá, percebeu ter perdido o ônibus que passava perto de sua casa e optou por caminhar. Igor solicitou que ela utilizasse um carro de aplicativo e efetuou a transferência do valor para que a jovem pagasse a corrida. Às 22h09, ela informou que estava carregando o celular em uma banca comercial e que aguardaria até que o valor da viagem fosse reduzido pelo aplicativo. Às 22h19, ela enviou a mensagem: “Estou indo”.
Após dez minutos, enviei mensagem perguntando se tudo havia corrido bem, pois a estação é próxima da casa dela. Demorou menos de cinco minutos para a resposta não chegar. Recebi a mensagem, porém ela não respondeu. Comecei a ligar e nada.
Ele pensou que a namorada poderia estar sem eletricidade em casa e, por estar sem bateria, teria ido dormir. Na madrugada, Igor acordou diversas vezes e verificou o celular, sem sucesso em contato com Bruna.
Fonte: Metrópoles