Polícia executa operação contra criadores de conteúdo que promoviam o jogo infantil

Indivíduos são investigados por envolvimento em organização criminosa que realiza jogos de azar ilegais e também operações de lavagem de dinheiro; saiba…

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou operação nesta quinta-feira (7) com o objetivo de apreender 15 influenciadores digitais que divulgam plataformas online ilegais, como o Jogo do Tigrinho. As apurações indicam movimentações bancárias suspeitas que totalizam até R$ 4 bilhões. A operação, denominada Desfortuna, também é realizada em São Paulo e Minas Gerais. Os indivíduos são suspeitos de integrar uma organização criminosa que promove jogos de azar não autorizados e realiza lavagem de dinheiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) identificou que os influenciadores publicam conteúdos nas redes sociais incentivando jogos ilegais, oferecendo promessas de ganhos fáceis e exibindo um estilo de vida luxuoso.

As evidências indicam um enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores. A delegacia também aponta que, além do segmento da organização criminosa que promove os cassinos online, a quadrilha possui ramificações como operadores financeiros e empresas de fachada, utilizadas para ocultar a origem ilícita de dinheiro.

LEIA TAMBÉM!

Os dados de movimentação bancária suspeita foram obtidos através do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Banco Central e que fornece informações para identificar crimes como lavagem de dinheiro.

Quem são os influenciadores suspeitos de movimentar R$ 4 bilhões no jogo do Tigrinho

Anna Beatriz Miranda, conhecida como Bia Miranda, possui 6,2 milhões de seguidores em dois perfis no Instagram. Ela se define como “boladona não, posturada!”. A modelo carijana ficou reconhecida por ter alcançado o segundo lugar no reality show A Fazenda, exibido pela Record. Samuel Sant’Anna da Costa, também conhecido como Gato Preto, compartilhou em rede social o momento em que foi preso pela polícia nesta quinta-feira. De acordo com a publicação, um policial o instrui a colocar as mãos na parede e questiona se ele está portando arma. “Temos um mandado de prisão, você está preso, entendeu. Vai até a delegacia conversar com o delegado”, afirma o policial. Em vídeos, ele exibe veículos de luxo.

Maurício Martins Junior, o Maumau, é influenciador digital e humorista, apelidado de “príncipe da ousadia”. Sua página no Instagram conta com 3,4 milhões de seguidores. Ele é proprietário da empresa especializada em eventos, Maumauzk. A notoriedade do influenciador surgiu após a publicação de um vídeo sobre sua experiência como operador de limpeza em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Paola de Ataíde Rodrigues, conhecida como Paola Ataíde, se apresenta como criadora de conteúdo digital, oferecendo dicas de bem-estar e autocuidado. Juntas, suas páginas possuem quase 6 milhões de seguidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Irmã de Paola, Paullina Attaide, que possui mais de 4 milhões de seguidores, se define como criadora de conteúdo digital. “Registro minha vida divertida (às vezes louca), enquanto cuido de mim e da @lauraataide (filha)”, afirma. Rafael da Rocha Buarque, o Dj Buarque, ex-namorado de Bia Miranda, com quem teve um filho, é reconhecido por compor e apresentar músicas de funk.

Lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A polícia do Rio apura influenciadores que utilizavam redes sociais com milhões de seguidores para promover jogos de azar e cassinos online, incluindo o “jogo do tigrinho”. A operação investiga também fintechs vinculadas aos influenciadores. A investigação da Operação Desfortuna identificou indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo apurou-se, os influenciadores digitais usam as redes sociais para incentivar o jogo, com promessas enganosas de lucros fáceis, visando atrair seguidores para estas plataformas de apostas, que são proibidas no país.

A polícia identificou indícios evidentes de enriquecimento incompatível com a renda informada pelos influenciadores digitais. A investigação demonstra que eles exibem, nas redes sociais, padrões de vida luxuosos, incluindo viagens ao exterior, veículos de alto padrão e propriedades de elevado valor. Relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram para operações bancárias suspeitas que excederam a quantia de R$ 4 bilhões.

Além da divulgação de jogos ilegais, os influenciadores investigados são suspeitos de compor uma organização criminosa com divisão de funções entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estrutura seria utilizada para mascarar a origem ilícita dos recursos, configurando lavagem de dinheiro. Foram identificadas relações entre alguns envolvidos e suspeitas de ligação com o crime organizado. Na residência de Maumau, em Arujá, na região metropolitana de São Paulo, foi apreendida uma arma e o influenciador foi preso e encaminhado à delegacia da Polícia Civil.

Informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo Publicado por Fernando Dias

Fonte por: Jovem Pan

Sair da versão mobile