Polícia Federal desmantela rede de espionagem russa com documentos falsos no Brasil

Investigação revelou esquema que convertia o país em centro de produção de identidades falsas para agentes de Moscou.

21/05/2025 12h57

1 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Federal brasileira desmantelou uma rede de espionagem russa que utilizava agentes secretos com identidades falsas no país. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (21.mai.2025) pelo jornal norte-americano New York Times.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pelo menos nove oficiais de inteligência russos operavam utilizando RGIs e CPFs falsos. Os espiões exploravam falhas no sistema de registro civil brasileiro para obter certidões de nascimento que permitiam a obtenção de outros documentos oficiais, inclusive passaportes.

Formulário de cadastro

LEIA TAMBÉM:

A investigação, denominada “Operação Leste”, teve início em abril de 2022, quando a CIA (Agência Central de Inteligência) informou às autoridades brasileiras sobre Sergey Cherkasov, um espião que utilizava o nome falso de Victor Muller Ferreira. Ele foi impedido de entrar na Holanda para realizar estágio no TPI (Tribunal Penal Internacional) durante a apuração de crimes de guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Um dos agentes russos era Artem Shmyrev, que residia no Rio de Janeiro utilizando o nome de Gerhard Daniel Campos Wittich. Ele coordenava uma empresa de impressão 3D e mantinha contato com uma mulher brasileira. Outros indivíduos identificados como espiões incluem um suposto joalheiro, um pesquisador e uma modelo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A operação russa não tinha como objetivo espionar o Brasil, mas sim utilizar o país como base para desenvolver identidades credíveis que possibilitassem a atuação subsequente nos Estados Unidos, na Europa ou no Oriente Médio. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os serviços de inteligência ocidentais intensificaram a cooperação global contra espiões russos.

A Rússia retorna.

De acordo com o Times, a maioria dos agentes conseguiu escapar antes de ser detido, provavelmente retornando à Rússia. Em estratégia para eliminar permanentemente as identidades desses espiões, a Polícia Federal emitiu alertas azuis da Interpol (notificações da Interpol utilizadas para localizar pessoas de interesse, sem ordem de prisão), divulgando seus dados para 196 países.

Apenas Cherkasov permanece no Brasil, cumprindo pena por falsificação de documentos, com a pena reduzida para cinco anos. O governo russo buscou sua extradição alegando que ele seria um traficante de drogas, porém as autoridades brasileiras negaram o pedido.

Fonte: Poder 360

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.