Polícia investiga quadrilha que exigia pagamento para liberar veículos roubados

Empresárias de soluções rápidas, contratadas por entidades de proteção veicular, realizavam negociações de valores para a recuperação de veículos, atuando diretamente com traficantes e receptadores.

23/05/2025 10h31

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza operação, na manhã desta sexta-feira (23), contra organização criminosa que cobrava valores por meio de resgate de veículos roubados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A ação faz parte da Operação Torniquete e é coordenada por agentes da Delegacia de Roubo e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Segundo a polícia, o alvo é uma organização criminosa estruturada que fomentou o aumento expressivo de roubos de veículos no estado do Rio de Janeiro.

A investigação revela que, em um período de 11 meses, quatro empresas receberam mais de R$ 11 milhões através de automóveis recuperados. Durante esse mesmo período, essas companhias recuperaram mais de 1.600 veículos.

LEIA TAMBÉM:

Foram executados mandados de busca e apreensão contra integrantes e funcionários das empresas nesta manhã. Assista aos vídeos do cumprimento das ordens judiciais.

A polícia ressalta o breve período entre o registro do roubo e a recuperação dos veículos, que, em diversas organizações, geralmente se situa em torno de quatro dias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como operava o esquema.

A investigação policial constatou que empresas especializadas na recuperação de automóveis, denominadas “pronta resposta” ou “pronto emprego”, contratadas por associações e cooperativas de proteção veicular, realizavam negociações diretas com traficantes e receptadores para o pagamento de valores referentes à devolução dos veículos.

A proposta do plano visa impedir que essas operações judiciais precisem se basear na tabela Fipe. A polícia alega que esse modelo contribuiu diretamente para o aumento do número de roubos de veículos registrados no segundo semestre do ano passado e nos dois primeiros meses do presente ano em todo o estado, sobretudo na capital e na Baixada Fluminense.

Em casos de veículos pertencentes a associações ou cooperativas que eram furtados, os membros dessas empresas de “atendimento rápido” estabeleciam contato com criminosos, traficantes ou ladrões para facilitar a recuperação.

A Polícia Civil explica que esse tipo de contato frequentemente ocorria nas próprias comunidades controladas por facções. Trata-se de uma maneira rápida, segura e altamente lucrativa para os criminosos obterem dinheiro.

A rentabilidade também se aplica às empresas. Em média, foram pagos mais de R$ 6 mil por veículo recuperado, com uma parcela desses valores sendo paga pelo resgate e a maior parte destinada à empresa.

As investigações seguem em curso para elucidar o esquema criminoso.

Operação de Torneira

A operação, realizada na sexta-feira (23), integra a segunda fase da Operação Torniquete, com o objetivo de combater o roubo, o furto e a receptação de cargas e veículos no estado do Rio de Janeiro.

Adicionalmente, a ação visa crimes que sustentam atividades de organizações criminosas, incluindo o Comando Vermelho, e suas disputas territoriais urbanas.

Desde setembro de 2024, com o início da operação, já são mais de 520 presos, além de cerca de R$ 37 milhões em veículos e cargas recuperados. As ações incluem ainda o bloqueio de mais de R$ 70 milhões em bens e valores.

Fonte: CNN Brasil

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.