Polícia suspeita que a ex-nora seja a responsável pelo envenenamento de mãe e filho
21/12/2023 às 19h45
A advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, foi presa pela suspeita de envenenar e matar um homem e a mãe dele em Goiânia. Segundo a Polícia Civil de Goiás, Amanda era ex-namorada do filho do homem assassinado.
Segundo o delegado Carlos Alfama, responsável pela investigação dos assassinatos, o crime teria acontecido devido a um sentimento de rejeição após o término do relacionamento de aproximadamente 45 dias entre Amanda e Leonardo Filho, o qual ocorreu em 10 de agosto. De acordo com a polícia, uma semana depois do rompimento, Amanda afirmou que estava grávida. Contudo, o delegado esclareceu que ela não está esperando um filho.
Há suspeitas de que Leonardo Pereira Alves, que tem 58 anos, e sua mãe, Luzia Tereza Alves, que tem 86 anos, tenham sido envenenados durante o café da manhã de domingo (17). Na mesma ocasião, a advogada também ingeriu os alimentos e passou mal.
Mãe e filho foram internados com dores abdominais, vômitos e diarreia, e morreram ainda no domingo. Ainda não há exame laboratorial ou perícia que indique a presença de veneno na comida ou nos organismos dos três.
Inicialmente, cogitou-se uma intoxicação alimentar causada por produtos de uma doceria de Goiânia, o que a polícia descarta. Amanda comprou os alimentos do café nessa doceria, segundo a investigação.
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Perigos.
Segundo Alfama, desde 27 de julho, Leonardo Filho tem sido ameaçado diariamente por perfis falsos em redes sociais, ligações telefônicas e mensagens. A polícia tem investigado essas ameaças e concluiu que elas foram feitas por Amanda, que criou os perfis falsos.
Uma tecnologia era usada para esconder o número verdadeiro do celular que fazia ligações e enviava mensagens. Esse número original do celular está no nome do irmão da Amanda, e o número usado para recuperação de senha é o da Amanda, diz o delegado. Leonardo Filho chegou a bloquear 100 números de telefone.
Além de Leonardo, a família era ameaçada. “Uma das ameaças dizia: ?depois não adianta chorar em cima do sangue dele'”, relata o delegado. Segundo ele, a boa relação com a família era falsa. Amanda se negou a passar a senha do celular, que será periciado.
Como foi o café da manhã da pessoa suspeita com a família da pessoa com quem ela teve um relacionamento anterior.
Amanda estava alojada em um hotel em Goiânia e foi a uma padaria comprar comida para o café da manhã. Depois de retornar ao hotel, ela foi à casa da família do ex-namorado por volta das 10h de domingo, e só saiu de lá às 13h.
Estavam à mesa Amanda, Leonardo Alves, a mãe dele, Luzia Tereza Alves, e o pai dele –avô do ex-namorado–, que a polícia identificou como João. O idoso ainda não deu depoimento, mas a polícia foi informada que o ele não consumiu nada no café. Antes mesmo de Amanda ir embora, o ex-sogro começou a passar mal.
Amanda retornou para sua cidade natal em Itumbiara, que fica aproximadamente a 210 km de Goiânia. Ela voltou para lá logo após deixar a casa do seu antigo namorado. Durante o caminho, recebeu uma mensagem do pai do seu ex, que sugeriu que ela procurasse um médico pois suspeitava que a comida estava estragada. A família começou a suspeitar que ela estava com intoxicação alimentar. No entanto, Amanda só procurou o hospital à meia-noite, após ficar sabendo da morte do pai do seu ex.
A polícia logo descartou essa possibilidade porque, diz o delegado, a intoxicação ou infecção alimentar ocorre de forma diferente em cada pessoa e o ex-sogro e a idosa tiveram a mesma evolução. Além disso, o período entre o consumo do alimento e a morte seria mais longo.
Leonardo começou a passar mal por volta das 13h e morreu à noite. Já a mãe dele chegou a ser internada na UTI e morreu de madrugada.
Os exames para comprovar a presença de veneno nos produtos consumidos no café e a necropsia dos corpos ainda estão em andamento.
Prenderam alguém que tentou tirar a própria vida.
Amanda foi internada em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia, região próxima da capital. A família a levou ao meio-dia de quarta-feira, pois ela tentou se matar com medicamentos e acetona.
O delegado está investigando se Amanda cometeu outros crimes em Itumbiara, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Agora, ela está sendo investigada por ter cometido um duplo homicídio qualificado.
A suspeita mencionou que tinha profundo amor pela sua família e negou ter cometido o crime.
Ao ser presa, a advogada, que se apresenta nas redes sociais como psicóloga e terapeuta cognitiva, afirmou não ter “feito isso” e que “amava a família”. Segundo a polícia, ela chegou a mostrar exames de gravidez à família do ex-namorado, mas no momento ela não espera um filho.
Na noite passada, o advogado da suspeita, Carlos Marcio Macedo, afirmou à imprensa que sua cliente não teve envolvimento nos assassinatos. Ele também declarou que Amanda estava no hospital no momento da sua prisão.
Procurada novamente, a defesa de Amanda disse que só vai se manifestar após a audiência de custódia, prevista para a tarde desta quinta (21).