Policial acusado de esquema fraudulento em conversa: aguardávamos aprovação do presidente
O delegado Wladimir Soares, da Polícia Federal, criticou Bolsonaro, afirmando que houve falta de “ímpeto” para concretizar o plano.

A Polícia Federal apreendeu áudios em que o agente Wladimir Soares, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em um suposto plano golpista em 2022, afirma que o grupo esperava apenas uma autorização do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para agir. Ele alega que isso não ocorreu devido à falta de apoio do presidente.
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“Esperávamos apenas a aprovação do presidente, um simples documento para podermos agir. Contudo, o presidente nos abandonou, pois, na véspera de que íamos agir, o presidente foi traído dentro do Exército”, afirma Soares em um dos áudios.
O agente insiste que os generais não seguiram o plano devido à alegação de que foram “comprados” pelo PT, partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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Os generais finalizaram o apoio, afirmando que não o continuariam. Na verdade, o PT os financiou, comprou a colaboração deles. Eles se venderam no momento decisivo, quando se pretendia obter total controle.
Ele também critica Bolsonaro por não ter ordenado uma ação para impedir a posse de Lula.
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Não ia haver posse, cara. Nós não íamos deixar, mas aconteceu. E Bolsonaro faltou um pulso para dizer: “não tenho general, tenho coronéis, então vamos com os coronéis”. Era o que a tropa toda queria.
Os áudios de Wladimir Soares foram divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (14). Em fevereiro, a CNN já havia divulgado partes das mensagens.
Qual é o resultado da investigação sobre Wladimir Soares?
Investigação aponta que Wladimir Soares atuou infiltrado na equipe de segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, com o propósito de fornecer informações estratégicas.
A Polícia Federal aponta que ele era integrante de um plano que visava o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Soares foi detido em novembro do ano anterior. Segundo os investigadores, ele divulgou informações sobre a segurança de Lula, o que sustenta a suspeita de envolvimento em um esquema para obstruir a posse do presidente eleito.
A CNN busca contato com a assessoria de imprensa do PT em relação às declarações mencionadas.
Fonte: CNN Brasil