Possível ligação entre predisposição genética e dependência de jogos. Médicos e especialistas detalham o tema
Pesquisadores da USP, no Sinais Vitais, detalham como elementos genéticos e ambientais podem influenciar o surgimento do transtorno do jogo.

O vício em jogos, considerado um transtorno pela comunidade médica, tem gerado interesse em relação à sua origem. No programa Sinais Vitais deste sábado (21), o dr. Roberto Kalil discute com especialistas da Universidade de São Paulo (USP) a possível influência genética nesse comportamento compulsivo, iluminando um tema cada vez mais relevante na sociedade contemporânea.
De acordo com Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, a psiquiatria geralmente considera que cerca de 50% das causas dos transtornos são herdáveis geneticamente, e os outros 50% são influenciados por fatores ambientais. Contudo, ele enfatiza que essa proporção pode variar conforme o transtorno específico e o perfil do paciente.
Tavares explica que, em pacientes do sexo masculino com manifestação precoce do transtorno – envolvimento com apostas antes dos 15 anos – e com histórico familiar, o fator genético pode atingir 60%. No entanto, o especialista ressalta: “Ninguém é escravo da sua genética, você herda uma tendência, uma inclinação.”
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A psicóloga Maria Paula Magalhães, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, ressalta o papel do ambiente na manifestação do transtorno, apontando a preocupação com a publicidade massiva e irrestrita de jogos de apostas, que está disponível 24 horas por dia em diversos meios de comunicação.
“Quem joga e quer parar de jogar não consegue”, alerta Magalhães. A onipresença da publicidade de jogos – em celulares, transmissões esportivas e até no rádio – cria um ambiente favorável ao desenvolvimento e manutenção do vício, mesmo para aqueles que buscam se livrar dele.
Especialistas também alertam para a crescente sofisticação dos jogos, projetados para atrair e manter a atenção dos usuários. Recursos como velocidade, músicas e cores vibrantes são estrategicamente utilizados para promover o que a indústria chama de “fidelização” e “engajamento”. Do ponto de vista médico, esses mesmos elementos são considerados facilitadores da dependência.
A genética pode aumentar a suscetibilidade a jogos viciantes, mas especialistas ressaltam que as decisões individuais e o ambiente são fatores cruciais. A exposição contínua à publicidade e a natureza viciante dos jogos atuais representam elementos ambientais importantes que podem iniciar ou intensificar o transtorno, mesmo em indivíduos sem predisposição genética evidente.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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