Premier japonês anuncia plano de orçamento adicional para combater tarifas impostas pelos EUA

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba (Partido Liberal Democrata, direita), declarou na segunda-feira (4.ago.2025) que o governo pode criar um orçamento adicional. A intenção é mitigar os impactos das tarifas implementadas pelos Estados Unidos. O setor automotivo, crucial para as exportações da Ásia, é o mais impactado.

Ishiba declarou que a medida está em análise e será aprofundada nas próximas semanas. As informações são da agência Reuters.

A declaração ocorreu após a derrota da coalizão que lidera nas eleições para a Câmara Alta do Parlamento japonês. A oposição exige medidas de estímulo econômico. Deseja maiores gastos públicos e alteração no imposto sobre consumo, atualmente em 10%.

Um acordo recente com os EUA diminuiu as tarifas sobre certos produtos. Contudo, ainda não há previsão sobre o momento em que a alíquota de 25% sobre automóveis e autopeças será reduzida para 15%.

A incerteza tem impacto na indústria japonesa. O setor automotivo gera muitos empregos e possui grande participação no Produto Interno Bruto. O governo analisa uma resposta fiscal. Busca proteger empresas e assegurar o andamento da recuperação econômica.

O orçamento adicional pode atingir 10 trilhões de ienes, o que corresponde a aproximadamente R$ 350 bilhões. Essa medida demandaria a emissão de dívida, sendo somado ao orçamento nacional, de 115,5 trilhões de ienes (R$ 4,04 trilhões). Aproximadamente 24,5% do total seria destinado ao pagamento da dívida.

O Banco do Japão prevê aumento nas taxas de juros, o que deverá aumentar o custo do crédito nos próximos meses.

Além da indústria, o consumo interno também sofre. O aumento no preço dos alimentos impacta o orçamento dos japoneses. A oposição propõe cortar ou eliminar o imposto sobre vendas. Atualmente, existe uma alíquota reduzida de 8% apenas para alimentos. Ishiba demonstra cautela. Afirma que o imposto é necessário para financiar programas sociais. O Japão possui uma população idosa em crescimento.

Fonte por: Poder 360