Presidente da Microsoft diz que precisamos de maneiras de controlar as IAs
21/02/2024 às 10h45
O presidente da Microsoft, Brad Smith, fez novos comentários sobre o presente e o futuro da inteligência artificial (IA). O executivo foi entrevistado pelo El País após a assinatura de um acordo entre a empresa e o governo espanhol para ampliar a infraestrutura da tecnologia na região.
Na conversa, Smith citou um novo plano encabeçado por ele, que deve começar nos Estados Unidos. O presidente, advogado por formação, deseja regulamentar uma espécie de “freio de segurança” para todas as IAs de grande porte.
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Durante a entrevista, ele menciona que existe uma proporção simples: conforme uma tecnologia se torna mais avançada, os mecanismos de controle e proteção também precisam ser mais fortes.
Será necessário estabelecer limites para a inteligência artificial (IA)?
Segundo ele, filmes como O Exterminador do Futuro exageram na ideia de dominação das máquinas, mas têm uma lição interessante. Na maioria dessas produções, uma das falhas da humanidade é não ter criado um botão de emergência para derrotar os robôs de uma vez por todas.
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“Nós deveríamos ter uma forma de desacelerar ou desligar a IA, em especial se ela está controlando um sistema automatizado como uma infraestrutura crítica”, argumenta.
Segundo Smith, criar esse recurso é como ter um freio de emergência em um trem ou ônibus. Esses veículos grandes precisam desse freio para casos em que as coisas se tornem incontroláveis e nenhum outro mecanismo funcione.
Ele falou que muitas vezes não se dão importância para esse tipo de mudança quando discutem o assunto em diversos lugares.
Em meados de 2023, o executivo propôs ao Senado dos Estados Unidos uma regulamentação para esse tipo de função. Em breve, o assunto será debatido no país.
Uma das melhores criações da humanidade
Durante a entrevista, Smith afirmou que considera a Inteligência Artificial (IA) como a invenção mais significativa desde a prensa móvel de Gutenberg. Contudo, ele também ressaltou a importância de regulamentações que garantam a segurança das pessoas.
Ele pensou sobre a discussão que questiona se as pessoas vão se acostumar com chatbots e parar de fazer trabalhos criativos, deixando tudo à mercê de um robô. Ele acredita que é importante entender que a IA é apenas uma ferramenta.
Atualmente, o Copilot da Microsoft é uma das principais IAs disponíveis no mercado.
“Ela ajuda e oferece ideias, mas no final, cabe a você fazer um julgamento. (…) Aproveite essa nova tecnologia para aprimorar seu julgamento e ser mais criativo, desenvolvendo ideias e auxiliando na escrita… No entanto, não devemos transferir ou terceirizar o pensamento ou a escrita para uma máquina. Isso seria um erro”, complementa.
A Microsoft, juntamente com outras grandes empresas de tecnologia, firmou um acordo recentemente para enfrentar os problemas causados pela desinformação feita por IA nas eleições de 2024. A empresa é responsável pelo Copilot, um chatbot baseado no poderoso modelo de linguagem GPT da OpenAI.