Peru Declara Estado de Emergência em Lima e Callao
Na terça-feira (21), o governo interino do Peru anunciou estado de emergência na capital Lima e na cidade portuária de Callao. A medida visa combater a crescente onda de violência e extorsões ligadas ao crime organizado. Com isso, o governo poderá mobilizar as forças armadas nas ruas e restringir direitos como a liberdade de reunião e a inviolabilidade de domicílio, afetando cerca de 10 milhões de pessoas.
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Medidas e Justificativas
Com o estado de emergência, o governo poderá destacar as forças armadas para patrulhamento nas ruas e auxiliar a polícia na manutenção da ordem. Uma das proibições estabelecidas impede que duas pessoas utilizem a mesma moto, um meio frequentemente empregado pelo crime organizado. Lima já havia estado sob estado de emergência entre março e julho, após o assassinato de um cantor de cúmbia por assassinos de aluguel.
Contexto da Violência no Peru
Essa é a primeira ação significativa do governo em suas quase duas semanas de mandato, em um país onde a segurança pública é uma das principais preocupações. “Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, afirmou o presidente, acompanhado por seus ministros.
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As autoridades já haviam sinalizado, em 16 de outubro, a implementação do estado de emergência em Lima devido à violência do crime organizado, que resultou em protestos massivos, com um morto e mais de 100 feridos entre as forças de segurança e civis. No dia 15 de outubro, manifestações lideradas por jovens resultaram em confrontos nas proximidades do Congresso, onde milhares protestaram contra a insegurança e o governo de Jerí.
Aumento da Violência e Extorsões
Desde 2024, o Peru tem enfrentado um aumento da violência urbana, com a extorsão se tornando a principal preocupação da população, conforme pesquisas. As denúncias de extorsão saltaram de 2.396 em 2023 para mais de 17.000. Lima é a cidade com o maior número de casos, segundo dados oficiais. Entre janeiro e setembro, o país registrou 20.705 denúncias de extorsão, um aumento de 28,8% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registradas 16.075, conforme informações da polícia.
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