Primeiro-ministro francês critica acordo comercial entre UE e EUA
François Bayroux considera um “dia sombrio” para os europeus, devido ao acordo; outros líderes têm reações diversas.

François Bayrou, primeiro-ministro da França, criticou duramente o acordo comercial firmado entre a UE (União Europeia) e os EUA (Estados Unidos). A declaração foi feita nesta segunda-feira (28.jul.2025), quando o chefe de governo francês classificou o tratado como “dia sombrio” para os europeus e assegurou que o bloco se mostrou “submisso” aos interesses norte-americanos.
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O acordo comercial prevê uma taxa de 15% sobre a maior parte das exportações da União Europeia para os Estados Unidos. Esse percentual representa um aumento considerável em comparação com a média atual de 4,8% aplicada a produtos europeus, ainda que seja inferior à alíquota de 30% que havia sido inicialmente proposta pelo governo americano.
A crítica de Macron se direciona aos termos negociados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o presidente Donald Trump. “Acordo Von der Leyen-Trump: é um dia sombrio quando uma aliança de povos livres, reunidos para afirmar seus valores e defender seus interesses, se resigna à submissão”, escreveu o primeiro-ministro francês em seu perfil no X.
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Vários setores da economia europeia verão suas condições agravadas. O aço, por exemplo, estará sujeito a uma taxa de 50%. As negociações seguem em relação a áreas específicas como aviação e possíveis restrições à exportação de medicamentos da UE para os EUA.
O acordo gerou diferentes reações entre os líderes europeus. Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, afirmou que reconhece o esforço da Comissão Europeia para concluir o acordo e que até o apoia, porém, de forma “sem entusiasmo”.
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O líder alemão Friedrich Merz apresentou uma perspectiva mais positiva, sustentando que o acordo impediu uma “escalada inoportuna” nas disputas comerciais transatlânticas e salvaguardou os prejuízos à economia alemã, que dependia significativamente das exportações.
O primeiro-ministro da Hungria foi direto ao afirmar que Donald Trump “engoliu” Ursula von der Leyen no café da manhã. Romênia e Finlândia expressaram apoio ao acordo, enquanto Dinamarca e Suécia mantiveram postura cética, ainda que reconheçam que o tratado proporciona alguma previsibilidade.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que não poderia avaliar totalmente o pacto até ter conhecimento de todos os seus detalhes. Diversas particularidades do acordo, sobretudo aquelas que impactam setores específicos da economia europeia, ainda não foram divulgadas integralmente.
As discussões sobre os pontos específicos do tratado prosseguirão nos próximos dias, conforme os países membros da UE avaliam os impactos em suas economias nacionais.
Fonte por: Poder 360