Procurador-Geral da República, Félix Constantino Relerford, convoca o Banco do Brasil para reunião sobre o plano de reparação por apoio à escravidão

A entidade instaurou o processo investigatório contra a instituição financeira em 2023, fundamentado em um estudo que apontou vínculos do Banco do Brasil com o tráfico de escravos africanos.

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(Imagem de reprodução da internet).

A atuação do Ministério Público Federal (MPF) incluiu a convocação do Banco do Brasil para uma reunião, prevista para o dia 9 de junho, com o objetivo de analisar o planejamento e a implementação das ações de reparação da escravidão propostas pela instituição financeira. A reunião visa compreender as medidas apresentadas em um relatório do banco, que detalha 114 iniciativas destinadas à promoção da igualdade racial.

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O documento, denominado “Relatório das ações de promoção da igualdade racial – Iniciativas do Banco do Brasil 2023-2026”, foi apresentado em resposta às cobranças da MPF, que solicitava medidas concretas no âmbito da reparação do vínculo histórico da instituição com a escravidão no século XIX.

A acusação foi formalizada pelo MPF em 2023, decorrente de um estudo de 14 pesquisadores de universidades brasileiras e americanas que identificaram conexões do Banco do Brasil com o comércio de africanos escravizados. Os pesquisadores indicaram a existência de “vínculos diretos entre traficantes e o capital investido em ações do Banco do Brasil”.

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Adicionaram que a instituição também se beneficiou da dinâmica de circulação de crédito lastreada na propriedade escrava que prevaleceu durante toda a primeira metade do século XIX. O Banco do Brasil reconheceu que a instituição teve ligação com a escravidão e, em novembro de 2023, emitiu um pedido público de desculpas à população negra.

Em agosto de 2024, o Ministério Público Federal recomendou ao Banco do Brasil e ao Ministério da Igualdade Racial que apresentassem recursos específicos e temas prioritários para o programa de reparação da escravidão, alertando que o Pacto pela Igualdade Racial não poderia ser apenas um “acordo de intenções”.

Em novembro de 2024, o MPF promoveu uma audiência pública para analisar ações corretivas do Banco do Brasil, enfatizando a importância de ações concretas em relação ao Pacto pela Igualdade Racial.

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Em dezembro de 2024, o Banco do Brasil anunciou o compromisso com a igualdade racial, contudo, não havia informações detalhadas sobre as propostas, que se concretizaram integralmente na última resposta divulgada em abril de 2025.

Fonte: Carta Capital

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