Procurador-Geral da República solicita ao Supremo Tribunal Federal a prisão preventiva de Zambelli em decorrência de viagem para a Europa

Deputada informou que irá se licenciar do mandato por motivo de tratamento de saúde; ela foi condenada por tentar invadir sistemas do CNJ.

03/06/2025 20h41

3 min de leitura

Imagem PreCarregada
Dep. Carla Zambelli participa do Poder Reage com Gabriel Buss, no estúdio do Poder360. | Sérgio Lima/Poder360 07.jul.2022

A Procuradoria-Geral da República solicitou ao STF a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli após a mesma se deslocar para a Europa.A parlamentar justificou sua viagem ao exterior por motivos de saúde. A deputada foi sentenciada a 10 anos de reclusão após tentar acessar sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Posteriormente, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidirá se a prisão é mantida. Em seguida, a Câmara avaliará a decisão.A deputada possui o passaporte sob sua responsabilidade. Mesmo com o documento apreendido em 2023, ele foi restituído pelo STF. Contudo, a congressista partiu do Brasil antes do encerramento do julgamento de todos os recursos contra sua condenação.Zambelli declarou em entrevistas nesta manhã que já está fora do Brasil há alguns dias. À CNN, afirmou estar na Itália. Contudo, seu marido declarou que o casal está nos Estados Unidos e que devem viajar para o país em poucos dias.Não desejo proferir um discurso de perseguição política. Desejo fazer um discurso de uma pessoa que renasceu aqui fora e quer lutar para que o país volte a ser como antes. Ela participou do programa “News da Manhã” do Brasil, do canal de YouTube AuriVerde Brasil.Zambelli pretende solicitar uma licença não remunerada, assim como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez em 20 de março. Contudo, caso os recursos contra a condenação se esgotem, a deputada pode perder o seu mandato.Após Zambelli comunicar sua saída do Brasil, o advogado da deputada, Daniel Bialski, informou em comunicado que também deixou a defesa da congressista. Segundo Bialski, a decisão foi motivada por razões de “foro íntimo”.Fui informado pela Deputada que se encontra fora do Brasil para prosseguir com um tratamento de saúde. Entretanto, por questão de foro íntimo, estou ciente da renúncia à defesa da Deputada, conforme já lhe relatei. Informações sobre ela devem ser solicitadas à assessoria da Deputada.Zambelli considerada culpada.Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão por unanimidade pela 1ª turma do STF em 14 de maio. O julgamento considerou a ação penal em que a congressista e o hacker do “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, são acusados pelos crimes de invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.A denúncia da PGR aponta que a congressista coordenou a invasão do sistema do conselho para expedir um mandado de prisão para Moraes, como se ele estivesse autorizando sua própria detenção. As investigações revelaram que o hackeamento foi realizado por Walter Delgatti, que admitiu ter agido sob as ordens da parlamentar. O hacker foi julgado e recebeu a pena de 8 anos e 3 meses de reclusão no mesmo processo.O relator, Alexandre de Moraes, votou pela perda do mandato de Zambelli, que será declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Ele determinou ainda a inelegibilidade da congressista por 8 anos. Mesmo inelegível, Zambelli só perderá o mandato quando não houver mais possibilidade de recurso.A congressista e Delgatti ainda precisam pagar R$ 2 milhões em indenização por danos materiais e morais coletivos. O montante será destinado a um fundo administrado por um conselho federal ou por conselhos estaduais do Ministério Público para restabelecer os bens danificados.Na ocasião, a defesa da parlamentar recorreu à decisão do STF, questionando a condenação e o pagamento de R$ 2 milhões em danos coletivos. Seus advogados alegaram ter ocorrido cerceamento de defesa em razão da ausência de acesso a todas as provas produzidas durante a investigação.Outros processosZambelli também responde por outro processo criminal no STF, relacionado ao episódio em que apontou uma arma e perseguiu um jornalista em São Paulo, véspera do segundo turno das eleições de 2022.O julgamento prossegue no plenário virtual e é suspenso devido ao pedido de vista do ministro Nunes Marques. Contudo, existe maioria favorável à condenação a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Fonte por: Poder 360

LEIA TAMBÉM:

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.