A busca de Donald Trump por isolar a Rússia da China tem sido um assunto constante desde janeiro, conforme avalia o coronel da reserva Leonardo Mattos, especialista em Geopolítica na Escola de Guerra Naval. Em entrevista à CNN, Mattos examinou a estratégia do presidente americano e suas consequências para o contexto geopolítico vigente.
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Segundo o especialista, o plano de Trump de “tirar a Rússia do colo da China” se mostrou inviável. “O relacionamento entre Rússia, principalmente entre Putin e Xi Jinping, é muito forte”, explicou Mattos, ressaltando a solidez da aliança entre os dois países.
Em face da inviabilidade de seu plano original, Trump parece ter alterado sua estratégia. Mattos mencionou dois movimentos recentes que apontam para essa mudança: a assinatura de um acordo de minerais críticos com a Ucrânia e a aprovação de um novo fornecimento de armas para o país.
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O analista também ressaltou uma ação recente de Trump que teria exercido pressão sobre Vladimir Putin. Quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, inicialmente se recusou a participar de uma reunião em Istambul se a Rússia não cumprisse o cessar-fogo, Trump utilizou as redes sociais para estimular a presença de Zelensky no encontro.
Mattos acredita que Trump exerceu pressão sobre Putin, fazendo com que este se tornasse visto como o responsável por não haver paz.
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Diferentes interesses e apoio externo.
O especialista destacou que os interesses da Rússia e da Ucrânia no conflito são distintos. A Rússia busca prosseguir na frente oriental, enquanto a Ucrânia considera o cessar-fogo como uma chance para se rearmar e obter novos suprimentos de armas dos Estados Unidos.
Mattos também recordou o alinhamento da Europa com Zelensky, fortalecendo o auxílio à Ucrânia. Esse apoio internacional aumenta ainda mais a complexidade do já intrincado cenário geopolítico que envolve Rússia, China, Estados Unidos e Europa.
Fonte: CNN Brasil