O Ministério Público de São Paulo expandiu no domingo (3.ago.2025) a investigação envolvendo o Corinthians para apurar possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa nas gestões anteriores do clube. A Promotoria investiga a existência de uma empresa de fachada que teria sido utilizada durante a administração do ex-presidente Duílio Monteiro Alves. Segue a íntegra (PDF – 1 MB).
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O procedimento, que inicialmente se concentrava na apropriação indevida relacionada ao uso de cartões corporativos nas gestões de Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves, agora incorpora um relatório de despesas da presidência de outubro de 2023. O promotor responsável pelo caso, Cassio Roberto Conserino, visitou o endereço do suposto estabelecimento e verificou que não há comércio naquele local.
O documento analisado pelo promotor aponta que o Oliveira Minimercado emitiu sete notas fiscais distintas para o Corinthians, somando R$ 32.580, no período de 18 a 31 de outubro de 2023. A instituição também investigará outras despesas mencionadas no relatório que indicam o uso de recursos do clube para fins particulares.
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O inquérito policial criminal foi aberto na semana passada, após o promotor solicitar vários documentos ao clube paulista. Além dos ex-presidentes Andrés Sánchez e Duílio Monteiro Alves, o ex-motorista de Duílio, Denilson Grillo, também está sendo investigado por ter assinado o documento com as despesas questionáveis.
O Ministério Público intimou para prestar depoimentos o presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. Nos próximos dias, também serão ouvidos Roberto Gavioli, ex-gerente da área financeira, e o ex-diretor Matias Romano Ávila.
O promotor aconselhou o Corinthians a implementação imediata, autônoma e independente de controles internos, abrangendo integridade, governança, prevenção de riscos, programas, políticas e o código de conduta de compliance.
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Outro lado
A defesa de Andrés Sanchez declarou, em nota ao Globo Esporte, que o Presidente Andrés Sanchez teve suas contas aprovadas e não está preocupado com o procedimento instaurado. Os valores gastos no cartão corporativo foram totalmente justificados e as despesas de caráter pessoal foram integralmente reembolsadas ao clube. As denúncias são infundadas e visam tumultuar a Assembleia Geral de ratificação do impeachment do presidente Augusto Melo [marcada para 9 de agosto]. Temos certeza que o Ministério Público irá arquivar o caso assim que o promotor de justiça tiver contato com as provas.
Duílio Monteiro Alves também se manifestou, em nota enviada ao Poder360: “Entendo ser muito oportuna e salutar a notícia sobre a abertura de investigação pelo Ministério Público, destinada à coleta de informações sobre despesas pessoais nas gestões anteriores do Corinthians, dentre as quais a minha, nos anos de 2021 a 2023. Vale ressaltar que fui o primeiro a pedir acesso aos documentos para prestar esclarecimentos, bem como para as devidas apurações e responsabilizações. Ingressei com representações para que tudo seja apurado tanto no Conselho Deliberativo do Corinthians via ofício, quanto por meio de apresentação de notícia-crime na delegacia do DRADE. Reitero meu compromisso com a transparência, a ética e o respeito às instituições, e sigo à disposição do clube e das autoridades, confiando plenamente no trabalho do Ministério Público, certo de que os fatos serão devidamente esclarecidos”.
Fonte por: Poder 360