Protecionismo americano no comércio pode gerar uma guerra mundial, afirma Lula na China
O presidente brasileiro declarou não concordar com a taxação implementada “de forma repentina” por Donald Trump.

O presidente Lula (PT) declarou, na segunda-feira 12, que o protecionismo comercial praticado pelos Estados Unidos, durante o governo de Donald Trump, pode conduzir o planeta à guerra.
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O multilateralismo, após a Segunda Guerra Mundial, assegurou os anos de harmonia entre os Estados, e não o protecionismo. O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu em diversas ocasiões na história da humanidade, avaliou o presidente brasileiro em uma reunião com empresários na China.
Registre-se que a declaração ocorre poucas horas após o anúncio de uma pausa na disputa tarifária entre norte-americanos e chineses. Os países optaram, nesta segunda-feira, por suspender a guerra comercial por 90 dias, quando serão aplicadas taxas significativamente menores do que aquelas que vinham sendo adotadas.
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Lula, no discurso, não comentou diretamente a suspensão parcial das tarifas, mas afirmou categoricamente não se conformar com as barreiras alfandegárias de Trump. “Não existe saída para um país sozinho. É preciso que a gente tenha consciência que nós precisamos trabalhar juntos. É por isso que eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos EUA tentou impor no planeta Terra do dia para a noite”, destacou.
O Brasil, recentemente, defendeu a China no comércio global. “A China tem sido tratada, frequentemente, como inimiga do comércio mundial, quando, na realidade, a China está se comportando como um exemplo de país que busca fazer negócios com os países que foram negligenciados nos últimos 30 anos”, declarou.
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O presidente buscou equilibrar suas declarações entre o apoio ao agronegócio e a defesa de uma mudança no perfil das exportações brasileiras.
Não é o ideal para o Brasil exportar soja — embora eu goste de exportar soja —, o ideal é exportar inteligência e conhecimento. Para isso, não há milagre: temos que investir em Educação como os chineses fizeram.
O Brasil deve agradecer a Deus pela exportação do agronegócio, pois é necessário saber o quanto de tecnologia há em um grão de soja e o quanto de engenharia genética há em um quilo de carne que nós vendemos e em um saco de milho. não podemos nos sentir inferiores por exportarmos agronegócio, mas temos que usar o dinheiro das exportações para investir em Educação para podermos ser competitivos com a China na produção de carro elétrico, na produção de baterias e em inteligência artificial.
Fonte: Carta Capital