Próxima revolução digital não envolverá a inteligência artificial, mas sim quem souber gerenciar os dados, afirma CEO

Para Alon Lubieniecki, o impacto da inteligência artificial é inegável, porém o poder real reside em quem controla o fluxo de dados.

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(Imagem de reprodução da internet).

A evolução da inteligência artificial impulsiona o cenário, porém os dados detêm o papel central.

A inteligência artificial já está incorporada à vida diária e aos negócios.

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Em 2024, os investimentos no setor de inteligência artificial aumentaram significativamente: a consultoria Dealroom apurou que as startups de IA receberam US$ 110 bilhões em aportes, representando um crescimento de 62% em comparação com o ano anterior.

A movimentação abrange desde a infraestrutura e o hardware até aplicações avançadas, com destaque para empresas como Anthropic, Waymo, Anduril, xAI, Databricks e Vantage.

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Apesar do foco em modelos generativos e automação, necessita-se de uma discussão mais aprofundada sobre o controle dos dados.

A próxima revolução não será sobre a inteligência artificial em si, mas sobre quem será capaz de gerenciar os dados que alimentam esses sistemas, afirma Alon Lubieniecki, CEO da Luby e cofundador da Eyna.

Os dados são o principal impulsionador da inteligência artificial.

Os dados são essenciais para a inteligência artificial, constituindo a base do funcionamento de algoritmos que aprendem, se adaptam e produzem valor.

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De acordo com Lubieniecki, essa capacidade já é evidente nas grandes empresas de tecnologia.

Google, Facebook e Amazon ajustaram seus modelos de negócios em torno da coleta e do processamento de grandes volumes de dados, o que lhes confere vantagem competitiva e habilidade de prever, influenciar e moldar o comportamento de bilhões de pessoas.

Nesse cenário, a informação não é meramente um ativo digital, mas sim um instrumento de poder.

Para ele, isso representa a dimensão que define a nova fase da transformação digital.

Aquele que possuir acesso, controle e inteligência para utilizar esses dados será capaz de liderar mercados, influenciar decisões políticas e transformar estruturas sociais completas.

O controle da informação é o novo eixo de influência global.

A discussão sobre o progresso da inteligência artificial frequentemente se concentra na automação e na eficiência operacional.

Contudo, Lubieniecki propõe que o foco seja expandido: é necessário examinar cuidadosamente os agentes que concentram o poder informacional.

As máquinas aprendem com os dados, que são provenientes dos hábitos, cliques e escolhas das pessoas. Controlar isso é mais do que uma questão técnica: é uma ferramenta de poder sobre a sociedade.

Isso ressalta que a velocidade do crescimento dos modelos fundacionais – incluindo os grandes modelos de linguagem – aumenta a importância desse debate.

Enquanto a atenção se concentra na habilidade de produzir respostas, a estrutura de coleta e utilização dos dados frequentemente passa despercebida.

O desafio ético e estratégico do futuro digital

Para Lubieniecki, os próximos anos serão caracterizados por conflitos relacionados ao domínio dos dados.

É preciso ir além do conhecimento em tecnologia. Será necessário compreender questões de governança de dados, responsabilidade e transparência. Isso determinará quem liderará a era digital, afirma.

Ele considera que a discussão sobre inteligência artificial deve incluir, de forma obrigatória, a gestão dos dados.

Não estamos falando apenas de algoritmos que otimizam processos. Estamos falando de sistemas que influenciam o comportamento, as decisões de consumo, os votos e as crenças. Isso é central demais para não ser regulado e debatido amplamente.

Fonte: Carta Capital

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