Psicóalerta sobre a hiperconexão na infância, afirmando que “a humanidade está ficando mais burra”

O psicósocial Jonathan Haidt abordou a saúde mental na era digital em um evento com mais de mil participantes em São Paulo.

20/05/2025 6h54

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(Imagem de reprodução da internet).

O psicósocial Jonathan Haidt, professor da Universidade de Nova York e referência internacional nos estudos sobre saúde mental na era digital, inaugurou a temporada 2025 do Fronteiras do Pensamento em São Paulo na segunda-feira (19). A apresentação trouxe um alerta significativo: a infância está sendo transformada de forma radical – e não para melhor.

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Crianças e adolescentes que crescem na era dos smartphones enfrentam um “novo e radical modo de crescer”, caracterizado por menor interação social, maior sedentarismo e crescente dificuldade de concentração. “A humanidade está ficando mais burra no exato momento em que as máquinas estão ficando mais inteligentes do que nós”, afirmou.

O pesquisador, em uma palestra com mais de mil participantes no auditório Ruy Barbosa da Universidade Presbiteriana Mackenzie, evidenciou a disparidade de desenvolvimento entre as gerações. Apenas cinco anos distinguem uma criança nascida em 1995 de outra que nasceu em 2000. A primeira, utilizou um telefone básico sem acesso à internet e passou parte de sua adolescência sem redes sociais. Já a outra, cresceu com um smartphone e redes sociais ativas, um marco transformador, segundo o especialista.

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Haidt apresentou dados que indicam uma redução significativa no tempo que os adolescentes dedicam à companhia de amigos fora do ambiente escolar, a partir da disseminação dos smartphones. O gráfico, segundo ele, ecoa a curva de isolamento social percebida durante a pandemia de Covid-19. “A infância antes era sinônimo de brincar na rua, de encontros com os amigos. Agora ela se tornou solitária”, afirmou.

Apesar dos impactos mais notórios da hiperconexão serem o aumento da ansiedade e da depressão entre os jovens, Haidt destacou outro efeito menos abordado: a diminuição da capacidade de concentração. “As crianças não conseguem mais se concentrar. O TikTok e o Instagram absorvem completamente sua atenção. É uma disputa desigual”, declarou.

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Durante a apresentação, Haidt argumentou que os governos deveriam implementar medidas para salvaguardar as gerações mais jovens. Dentre elas, a restrição do uso de redes sociais para menores de 16 anos e o atraso no acesso a smartphones até os 14 anos. “Espero que também no Brasil vocês proíbam as redes sociais até os 16”, afirmou.

Pesquisa indica que jovens não recebem suporte adequado para lidar com as redes sociais.

Fonte: CNN Brasil

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