Putin precisa concordar com um armistício antes de dialogar com a Ucrânia, afirmam aliados
Putin sugeriu que as conversas diretas com Kiev ocorram em 15 de maio.

Os aliados da Ucrânia recusaram a proposta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de manter diás diretos com representantes ucranianos, indicando que o líder russo deve primeiro concordar com a sugestão de um cessar-fogo, que conta com o apoio dos Estados Unidos.
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Na sexta-feira (10), Putin sugeriu manter diás diretos com Kiev, na Turquia, em 15 de maio. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu com cautela neste domingo (11), considerando-o um “sinal positivo” e afirmando que seu país está “pronto para se reunir” com autoridades russas.
Em poucas horas, um grupo de apoiadores da Ucrânia solicitou a Putin que aceitasse primeiro a proposta de um cessar-fogo de 30 dias antes de iniciar novas negociações.
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Um cessar-fogo incondicional primeiro e, durante ele, avançar para discussões abrangentes de paz, afirmou Keith Kellogg, enviado especial do governo Trump à Ucrânia.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, que no sábado se encontrou com Zelensky em Kiev, junto com os líderes da França, Reino Unido e Alemanha, declarou que o mundo espera a “decisão unívoca de Putin sobre um cessar-fogo imediato e incondicional”.
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Em Kiev, na reunião de sábado, os principais aliados da Ucrânia declararam que a Rússia tem até segunda-feira (12) para aceitar a nova proposta de cessar-fogo, sob risco de novas sanções “massivas”.
Em um raro discurso televisionado de 1h (horário local) de domingo, Putin não mencionou a proposta e, em vez disso, declarou o desejo de manter “conversas diretas” com a Ucrânia em Istambul na quinta-feira (15), algo não observado desde as primeiras semanas da invasão em larga escala de Moscou em 2022.
Putin declarou que está determinado a iniciar negociações sérias com a Ucrânia, visando eliminar as causas profundas do conflito e alcançar o estabelecimento de uma paz duradoura e de longo prazo.
Ao não abordar a questão de um possível cessar-fogo na Ucrânia, Putin, na prática, a desconsiderou, buscando transferir a responsabilidade para o país ucraniano. Contudo, os aliados da Ucrânia criticaram a atitude de Putin e o acusaram de tentar, mais uma vez, estender o conflito russo a um período de três anos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a proposta de Putin “não é suficiente” no domingo.
Um cessar-fogo incondicional não é precedido por negociações, por definição, disse ele aos repórteres, acrescentando que Putin estava buscando uma saída, mas ainda quer ganhar tempo.
Com o término de uma trégua de três dias nos combates, decretada pelo líder russo, a Ucrânia reportou mais de 100 ataques de drones durante a noite. Ambos os lados se acusaram de prosseguir com os ataques, durante a trégua estabelecida por Putin para celebrar o Dia da Vitória da Rússia na Segunda Guerra Mundial.
Trump reage à oferta de Putin.
A pressão por um cessar-fogo incondicional ganhou força após conversa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e líderes europeus, informaram os europeus no sábado.
Após horas da proposta de Putin, Trump publicou em sua rede social Truth Social que era um “dia potencialmente ótimo para a Rússia e a Ucrânia”!
Ele afirmou que manteria o trabalho em ambos os lados para assegurar que isso ocorra, incentivando as pessoas a considerarem as centenas de milhares de vidas que seriam poupadas do “banho de sangue sem fim”.
Há dois meses, a Ucrânia manifesta o desejo de um cessar-fogo imediato de 30 dias. Contudo, a Rússia se recusou a se comprometer, sustentando que apoia a ideia de uma pausa, mas insiste que existem questões a serem consideradas.
Domingo, Putin negou que Moscou tenha rejeitado o diácom Kiev e afirmou que “a decisão agora depende das autoridades ucranianas”.
Não descartamos que, durante essas negociações, haja a possibilidade de se chegar a um novo acordo, um novo cessar-fogo.
Ele considerou as negociações propostas como “um primeiro passo para uma paz estável e duradoura”, mas não como um prelúdio para a continuidade de um conflito armado após o rearmamento e o reequipamento das forças armadas ucranianas e a escavação febril de trincheiras em novos redutos.
Trump priorizou o encerramento do conflito na Ucrânia e dedicou esforços para persuadir Putin. O enviado especial Steve Witkoff viajou à Rússia quatro vezes para se reunir com o presidente russo, e ocorreram diversas outras reuniões de alto nível entre representantes americanos e russos desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro.
Apesar de fazer algumas concessões antecipadamente, o governo Trump não obteve o acordo de um cessar-fogo restrito com a Rússia, que pretendia facilitar uma trégua duradoura.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou à CNN que a Rússia está “muito grata” pelos esforços de mediação de Washington, mas acrescentou que “é inútil tentar nos pressionar”.
Fonte: CNN Brasil