Sintomas impactam o desempenho e necessitam de compreensão no ambiente de trabalho.
A menopausa representa uma fase natural do ciclo de vida feminino, que costuma acontecer entre os 45 e 55 anos.
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Contudo, seus efeitos vão além das mudanças biológicas e impactam diretamente a rotina de trabalho, o desempenho profissional e a dinâmica das equipes.
A ginecologista Fernanda Torras afirma que “muitas empresas ainda não estão preparadas para lidar com os impactos que a menopausa pode trazer ao ambiente corporativo”.
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Uma pesquisa da PlenaPausa, conduzida entre 2021 e 2024, revelou que 44% das mulheres na menopausa relatam menor produtividade no trabalho.
Essa percepção está relacionada a sintomas como variações de humor, dificuldade de concentração, perda de memória, insônia e fadiga.
Esses aspectos, combinados com o preconceito e o etarismo, podem comprometer a trajetória profissional, em um momento que frequentemente representa o ápice da carreira.
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A ausência de preparação pode influenciar o ambiente e os resultados.
A persistência do tabu sobre a menopausa causa impactos que vão além do âmbito pessoal e afetam os relacionamentos em grupos.
Essa combinação de sintomas pode causar conflitos, mal-entendidos e perda de motivação, segundo Fernanda Torras.
Ela argumenta que a função das empresas não é conceder licenças ou diminuir restrições, mas sim prover apoio e flexibilidade para que as mulheres superem essa situação com dignidade e respeito.
A compreensão dos impactos da menopausa e a implementação de ações inclusivas podem favorecer um ambiente mais produtivo, minimizando perdas decorrentes da desmotivação ou da saída dessas profissionais.
A diversidade de gerações promove vantagens competitivas.
A médica enfatiza que manter mulheres idosas na equipe não é apenas uma questão de igualdade.
A experiência consolidada, a extensa rede de contatos, a maturidade e a habilidade de liderança são diferenciais que potencializam a equipe e favorecem os profissionais em início de carreira.
A presença de diferentes gerações em um mesmo ambiente promove a troca de experiências e fortalece habilidades interpessoais relevantes.
Nesse cenário, as empresas que implementam políticas de inclusão durante a menopausa fortalecem sua posição no mercado e evidenciam o compromisso com a valorização de seus profissionais.
Ações práticas e políticas de apoio
Para fomentar um ambiente inclusivo, Fernanda Torras propõe medidas concretas.
Ela destaca entre as medidas a oferta de horários flexíveis ou a possibilidade de trabalho remoto para mulheres que apresentam maior desgaste físico e emocional.
Também são contempladas a criação de áreas de repouso, a oferta de ventiladores e o suporte para indivíduos que experimentam tempestades sensíveis, juntamente com grupos de apoio e redes de mentoria.
A especialista afirma que essas práticas podem ser implementadas sem afetar a produtividade e evidenciam um compromisso genuíno com o bem-estar das colaboradoras.
Formação de lideranças e transformação cultural
A transformação de atitude demanda, também, a preparação das lideranças.
É necessário conscientizar gestores e equipes sobre o que é a menopausa, seus impactos no desempenho e como oferecer suporte adequado.
É importante promover o acesso a tratamentos médicos ou terapias que reduzam os sintomas e possibilitem a manutenção do desempenho no trabalho, afirma Fernanda Torras.
A autora enfatiza que a compreensão dos desafios enfrentados por mulheres nessa fase deve ser incorporada à cultura organizacional.
A menopausa não é o fim da carreira.
A médica considera a menopausa como uma fase distinta, e não como um impedimento para a trajetória profissional.
Ela é um desafio, sim, mas também pode ser uma oportunidade de crescimento e transformação.
Empresas que consideram essa situação criam ambientes mais propícios, produtivos e compatíveis com as necessidades da sociedade.
É hora de romper o silêncio e o tabu. É hora de reconhecer que a menopausa não é o fim da trajetória profissional de uma mulher, mas um ciclo que pode ser superado com apoio e compreensão, conclui Fernanda Torras.
Fonte: Carta Capital