Qual é a Dorsal Mesoatlântica e por que ela desperta o interesse dos cientistas
A região da Dorsal Mesoatlântica é uma cadeia de montanhas subaquáticas, com um papel crucial nos processos internos da Terra.

As placas tectônicas são responsáveis pelo movimento interno da Terra, um processo natural tão intenso que forma montanhas, vulcões e até provoca terremotos. Esse fenômeno tectônico também é responsável pela maior cadeia de montanhas submarinas da Terra, conhecida como dorsal mesoatlântica.
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A dorsal mesoatlântica integra o sistema dorsal meso-oceânico, que representa uma extensa teia de cadeias montanhosas subaquáticas nos oceanos. Essa estrutura também compreende a dorsal do Oceano Índico, a do Pacífico e a da Antártida.
O sistema dorsal meso-océanico é a cadeia global dessas montanhas submarinas, enquanto a mesoatlântica é apenas uma de suas partes.
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Qual é a Dorsal Mesoatlântica?
A dorsal mesoatlântica é uma cadeia montanhosa subaquática que se projeta ao longo do centro do Oceano Atlântico, de norte a sul.
Sua extensão é de cerca de 16 mil quilômetros, com três quilômetros de altura acima do fundo do mar e trechos que podem atingir até 1.600 quilômetros de largura.
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É importante ressaltar que não todas as montanhas da Mesoatlântica são submarinas; algumas emergem acima do nível do mar e formam ilhas em diversas regiões ao longo do Atlântico.
O Arquipélago de São Pedro e São Paulo, no Brasil, é um conjunto de ilhas pequenas unidas à cordilheira.
Qual a origem da Dorsal Mesoatlântica?
A dorsal mesoatlântica opera nos processos internos da Terra há milhões de anos, mesmo tendo sido descoberta na década de 1950.
Atualmente, a hipótese mais aceita é que ela tenha se formado entre 150 milhões e 200 milhões de anos atrás, como parte do processo de separação das placas tectônicas que originou os continentes que conhecemos hoje. Anteriormente, a Terra estava “configurada” no supercontinente conhecido como Pangeia.
A cordilheira se originou primariamente em razão do deslocamento das placas tectônicas em limites divergentes; nessa área, duas placas se separam, possibilitando que o magma ascenda da camada do manto para a criação de novas crostas oceânicas.
É importante notar que essa movimentação não cessou. O processo de afastamento das placas tectônicas é contínuo, e a ciência estima que elas se afastam até dez centímetros por ano. Quando essa separação acontece, o magma ascende à superfície e causa a expansão do leito oceânico.
Adicionalmente, esse processo é responsável por criar montanhas submarinas, vulcões e outras estruturas que influenciam a dinâmica do planeta.
Expansão do fundo mar e Dorsal Mesoatlântica
Inicialmente, os cientistas pensavam que as cadeias meso-oceânicas operavam exclusivamente pela ação da gravidade, impulsionando as placas tectônicas. o material quente ascendente do interior da Terra teria a função de preencher os vãos formados entre as placas durante o movimento.
Em 2021, um estudo publicado na revista científica Nature investigou os processos relacionados à dorsal mesoatlântica e propôs uma nova hipótese.
Estudos indicam que uma área denominada zona de transição do manto pode contribuir ativamente para a expansão das áreas oceânicas.
A primeira vez, existem evidências de temperaturas mais elevadas na zona de transição do manto [na dorsal mesoatlântica]. Isso introduz novas evidências para todo o estudo da tectônica de placas, afirmou o associado da Universidade Roma Tre e principal autor do estudo, Matthew Agius.
Os pesquisadores implantaram sismômetros em uma área de mil quilômetros ao redor da cordilheira mesoatlântica, visando identificar as ondas sísmicas relacionadas a esse processo.
Na época, isso foi visto como a primeira prova direta de que o aumento do material do manto também pode ter contribuído para a expansão do leito oceânico. Contudo, os cientistas ressaltaram que ainda são necessárias mais medições e investigações para compreender completamente essa hipótese.
Pesquisadores identificam “oxigênio negro” gerado nas profundezas do oceano.
Fonte por: CNN Brasil