“Qual ministro pretende dar explicações?”, questiona Haddad após o ocorrido na Câmara
A confusão ocorreu em razão de um requerimento de ordem apresentado pelo deputado federal Nikolas Ferreira na sessão pública; conforme declarado por Haddad, tal atitude não favorece o diá.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, questionou qual autoridade de governo terá disposição de vir para o Congresso após os episódios de confusão generalizada em comissões das Casas Legislativas. “Toda vez que um deputado, pensando em suas redes sociais, desrespeita o ministro, como já aconteceu com a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e hoje comigo: faz a pergunta, fala o que quer, insinua coisas, e simplesmente vai embora antes de o ministro de Estado responder…” perguntou.
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Ele compreende que parlamentares possuem outros compromissos, mas seria importante permanecer para ouvir os comentários sobre suas perguntas especificamente. “É um direito delas fazer as perguntas, ouvir e sair da sessão plenária. Agora, da maneira como os bolsonaristas estão agindo – eu já passei por 2018, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta, teve autorização dos médicos para participar de debate, e fugiu. Toda vez é isso.”
Essa atitude, segundo Haddad, não contribui para o debate. “Daqui a pouco, esse tipo de atividade que é essencial para manter uma relação do Executivo com o Legislativo em alto nível, não vai mais acontecer”, previu. “A Marina, semana passada, agora comigo, quem será o ministro que se sentirá à vontade para prestar esclarecimentos?”
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A confusão ocorreu após um requerimento de ordem do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) na audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Com uma troca de agressões e grande movimentação de assessores, a “briga” foi transmitida ao vivo nas redes sociais, levando o presidente da sessão, o deputado Rogério Correia (PT-MG), a encerrar a audiência e dispensar o ministro.
Para Haddad, constitui um “desrespeito muito grande” que um ministro de Estado se dispusse a ir ao Parlamento, ser questionado e não ser ouvido. “A pessoa faz uma pergunta, vomita uma porção de números errados sobre a economia, e simplesmente sai antes de ouvir a resposta. Qual é o objetivo de uma reunião como essa? Não é esclarecer a opinião pública do que está acontecendo?”, indagou a jornalistas ao deixar o local. Ele estava acompanhado do secretário-executivo da Pasta, Dario Durigan.
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A participação do ministro ocorre em meio à apresentação das medidas alternativas para o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Haverá uma recalibração desse decreto, com alteração de alguns parâmetros, como o risco de crédito, e uma medida provisória (MP), com a tributação de 5% para títulos atualmente isentos, como as letras de crédito, e uniformização da alíquota de Imposto de Renda para aplicações financeiras em 17,5%.
Com informações do Estadão Conteúdo Publicado por Carolina Ferreira
Fonte por: Jovem Pan