Qual o motivo de se estar utilizando a inteligência artificial para atividades banais?

Especialistas alertam para o desperdício de potencial em aplicações superficiais da tecnologia mais avançada do momento.

23/05/2025 10h03

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A evolução da inteligência artificial nos escritórios está transformando processos, facilitando atividades administrativas e elevando a produtividade de equipes globalmente.

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Ferramentas como ChatGPT, Claude e Gemini são utilizadas diariamente para redigir e-mails, organizar agendas e gerar resumos automáticos.

Contudo, aumenta a percepção de que essas aplicações estão distantes de explorar o potencial real da IA.

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Apesar de otimizarem a rotina, muitas dessas atividades possuem pouco impacto estratégico.

Isso demonstra uma aplicação pouco explorada de uma tecnologia que poderia impulsionar mudanças mais significativas em setores como saúde, educação, energia ou planejamento urbano.

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Alto custo gera baixo impacto.

Além da restrição funcional, existe também a questão do preço.

A utilização de modelos de linguagem sofisticados requer um consumo considerável de poder computacional.

O efeito é um alto consumo de recursos – financeiros e energéticos –, que, ao ser aplicado em necessidades operacionais básicas, pode gerar ineficiência para as organizações.

De acordo com uma nova avaliação do Financial Times, sistemas como Claude e ChatGPT demonstram bom desempenho em tarefas básicas.

Contudo, ao serem confrontados com ações mais complexas, como reservas ou planejamento de viagens, ainda necessitam de ajustes manuais ou supervisão contínua.

A utilização generalizada da inteligência artificial.

Segundo Bruno Nunes, CEO da Base39 e especialista em tecnologia, existe uma incongruência entre o potencial da IA e a maneira como ela está sendo utilizada.

É um desperdício utilizar uma tecnologia tão sofisticada para resolver problemas que não impactam nosso futuro.

Ele argumenta que a banalização do uso da IA não apenas representa uma perda de oportunidade, mas também pode retardar avanços em setores que necessitam de soluções estruturais e inovadoras.

Adicionalmente, o foco excessivo em atividades simples pode diminuir o interesse de organizações em investigar aplicações mais inovadoras e significativas da tecnologia.

A inteligência artificial ainda não substitui o essencial.

Outro risco destacado por especialistas reside na delegação de funções que demandam discernimento humano.

Apesar dos progressos na automação, a inteligência artificial ainda não substitui habilidades como empatia, pensamento crítico e liderança.

Essas competências continuam sendo cruciais, sobretudo em posições de grande responsabilidade.

Adicionalmente, a aplicação excessiva de sistemas automatizados pode resultar no declínio das habilidades de interação social.

A médio prazo, isso afeta negativamente o ambiente organizacional e a habilidade de liderança nas empresas.

O problema da intencionalidade.

A discussão central reside em como a inteligência artificial deve ser utilizada, e não em sua simples implementação.

Talvez a questão mais importante não seja “o que a IA pode fazer?”, mas sim “por que e onde aplicá-la?”.

Para que a IA realize seu potencial transformador, é preciso ir além da automação do senso comum.

Organizações e indivíduos devem considerar como a tecnologia pode expandir as habilidades humanas, incentivar a criatividade e fornecer soluções para desafios concretos.

A decisão sobre onde e como empregar a IA pode ser, em última análise, a mais estratégica.

Fonte: Carta Capital

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