A prática esportiva é amplamente reconhecida como uma das formas mais eficazes de promover a saúde física e mental. Contudo, se não for realizada com cautela, pode acarretar sérios riscos ao bem-estar. A CNN, especialista, destacou os riscos que a falta de preparo pode trazer, principalmente em esportes considerados mais “violentos”.
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O ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad, Rickson Moraes, embora não utilize frequentemente o termo “atividade física violenta”, o associa a esportes de maior intensidade física e risco de lesões. Especialistas classificam essa prática com base na intensidade do contato físico e nos potenciais traumas resultantes.
Conforme orientações da Associação Americana de Pediatria (AAP), os esportes são classificados em três categorias: esportes sem contato (tais como corrida e natação), esportes com contato limitado (como ciclismo, skate e vôlei), e esportes de contato ou colisão. Uma atualização subsequente segmentou o último grupo em duas categorias distintas: os esportes de contato, nos quais o contato é frequente, porém com menor intensidade (por exemplo, futebol, basquete), e os esportes de colisão, marcados por impactos de alta energia, como MMA, judô, rúgbi e futebol americano.
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A prática de atividades físicas, incluindo aquelas sem contato, pode gerar lesões consideráveis, afirma o especialista. A principal forma de prevenção, segundo ele, reside na compreensão dos riscos particulares de cada modalidade e na utilização de técnicas adequadas e equipamentos de proteção, como capacetes no ciclismo ou caneleiras no futebol.
Apesar da crença generalizada de que lesões em esportes considerados “violentos” são sempre graves, isso não é sempre o caso. “Mesmo esportes como o futebol, bastante populares, podem causar lesões sérias”, explica o médico entrevistado. A diferença reside no contexto em que essas lesões ocorrem. Atletas profissionais, por exemplo, são submetidos a treinos mais intensos e frequentes, o que eleva a probabilidade de lesões por sobrecarga. Já os amadores, muitas vezes sem preparo físico ou técnico adequado, são mais suscetíveis a lesões agudas – aquelas que ocorrem repentinamente.
Em esportes de contato intenso, como as lutas, persiste o risco de ocorrência de fatalidades, sobretudo quando praticados por amadores sem a devida orientação. Traumatismos no crânio ou na coluna cervical, como os que podem surgir em um golpe de judô mal executado, são exemplos de lesões que podem resultar em óbito. Dessa forma, técnicas de segurança, como as quedas ensinadas no judô (conhecidas como Ukemi), são fundamentais desde o início do treinamento do praticante, afirma Rickson Moraes.
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Esportes como MMA, boxe, rugebi e futebol americano também necessitam de atenção às regras e uso adequado de equipamentos de proteção, visando prevenir complicações mais sérias.
Para quem pretende iniciar a prática de uma atividade física de maior intensidade ou impacto, a recomendação é buscar orientação profissional qualificada. Participar de academias ou centros esportivos regulamentados por entidades oficiais e ser acompanhado por instrutores certificados são medidas básicas para assegurar a segurança.
Ademais, a realização de uma avaliação médica antes do início da prática é necessária, principalmente para pessoas com condições pré-existentes ou histórico familiar de doenças que possam elevar os riscos.
A prática regular de atividades físicas geralmente traz mais benefícios do que riscos. Não é por acaso que o estímulo à sua prática é uma das diretrizes da Organização Mundial de Saúde que visam a melhora nas condições de saúde da população.
75% dos corredores amadores iniciaram a prática do esporte durante a pandemia.
Fonte: CNN Brasil