Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, também identificado como Oruam, foi denunciado na quarta-feira, 30 de julho de 2025, pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por tentativa de homicídio qualificado contra policiais civis em operação policial.
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A denúncia foi recebida pela juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, na quarta-feira (30.jul.2025), tornando o rapper réu no processo. O ocorrido ocorreu na madrugada de 22 de julho na residência do artista no Ipanema, zona oeste do Rio.
O rapper é acusado de arremessar pedras de grande peso e volume contra agentes da Polícia Civil durante a execução de um mandado de busca e apreensão em sua residência. A instituição requisita a condenação por tentativa de homicídio por meio cruel e repugnante contra servidores de segurança pública.
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A ação policial visava um adolescente, apelidado de “Menor Piú”, suspeito de atuar como segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como líder do CV (Comando Vermelho) e responsável pelo tráfico no Complexo da Penha.
Os alvos dos supostos ataques foram o delegado Moyses Gomes e o oficial de Cartório da Polícia Civil Alexandre Ferraz. William Matheus Vianna Rodrigues Vieira, que estava com o rapper durante a operação, também foi denunciado pelo mesmo crime.
Os laudos periciais apresentados pelo MPRJ empregaram a Segunda Lei de Newton para evidenciar a gravidade dos arremessos. A Promotoria de Justiça sustentou que a força de impacto das pedras lançadas estaria “muito acima do limite de fratura óssea craniana, podendo resultar em lesões letais imediatas”.
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Após o ocorrido, Oruam divulgou vídeos em redes sociais desafiando abertamente os agentes públicos, incitando a presença policial no interior do Complexo da Penha, área notório por ser reduto da facção criminosa CV, com histórico de resistência armada contra forças de segurança. Em uma das postagens compartilhadas em seu perfil no Instagram, o rapper declarou: “quero que vocês venham aqui, para me pegar aqui dentro do complexo não vai me pegar”.
O artista, filho de Marcinho VP, também apontado como líder do CV, se apresentou às autoridades na tarde do dia 22 de julho, quando foi preso. Ele está detido no Complexo Penitenciário de Gericinápolis, conhecido como Bangu 3. Após a aceitação da denúncia, a Justiça expediu um novo mandado de prisão contra Oruam.
Santos Nepomuceno, com 25 anos, teve sua classificação elevada a “alta periculosidade” pelas autoridades do Rio de Janeiro. Essa classificação está presente na Guia de Recolhimento de Presos produzida pela Delegacia de Capturas da Polinter e encaminhada à SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). O documento localiza o rapper no terceiro nível mais elevado de risco, em uma escala de quatro graus utilizada pelo sistema prisional fluminense.
A Polícia Civil informou que a classificação de periculosidade considera o potencial de ameaça à segurança pública, ressaltando que Oruam é “declaradamente associado ao CV; que faz uso do imóvel onde mora para receber foragidos da Justiça; que atentou contra a vida de policiais; e não se intimidou ao buscar refúgio na base da facção criminosa e insuflar simpatizantes e a própria quadrilha contra as forças de segurança”.
O caso de Oruam, igualmente o de outros presos classificados como de alta ou altíssima periculosidade, é submetido à análise do CIRJ (Conselho de Inteligência das Polícias do Estado do Rio de Janeiro).
O Poder360 contatou o advogado de Oruam, porém não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto para manifestações.
Fonte por: Poder 360