Rede de Observatórios Revela: Violência Policial e Desigualdades Raciais em 9 Estados

Rede de Observatórios revela 4.068 mortes por policiais em 9 estados, com alta disparidade racial. Bahia, Maranhão e São Paulo lideram dados alarmantes.

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(Imagem de reprodução da internet).

Mortes Policiais em Nove Estados Brasileiros Revelam Desigualdades Raciais e Lógica de “Modo Guerra”

Um novo boletim, divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança, expõe dados alarmantes sobre a violência policial no Brasil em 2024. Em nove estados – Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí e São Paulo – 4.068 pessoas foram mortas pela polícia, com uma disparidade racial preocupante.

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Pelo menos oito dessas vítimas eram negras, representando 82,5% do total de mortos. O estudo destaca que em mais de 500 registros, a cor ou raça da vítima não foi identificada, evidenciando a falta de dados precisos para uma análise completa da situação.

Desigualdade Racial e Lógica de Enfrentamento

Os dados revelam uma lógica de “modo guerra” nas forças de segurança, com foco no combate ao tráfico de drogas e ao crime. A ausência de investimento em prevenção e integração com outros setores contribui para a manutenção de altos índices de violência.

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A pesquisa demonstra que pessoas negras têm 4,2 vezes mais chances de serem mortas pela polícia em comparação com brancos, refletindo desigualdades estruturais e um histórico de violência policial.

Exemplos de Desigualdade em Estados Específicos

Em Bahia, a taxa de mortalidade entre negros é de 11,5 por 100 mil habitantes, enquanto entre brancos é de 2 por 100 mil. No Maranhão, a situação é ainda mais crítica, com 8,1 mortes por negros e 3,2 por brancos. No Rio de Janeiro, a proporção de mortos negros é de 5,9 por 100 mil, contra 1,3 para brancos.

Essas diferenças ilustram a necessidade de políticas públicas específicas para reduzir a violência em áreas com maior vulnerabilidade social.

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Impacto da ADPF das Favelas e Tendências Recentes

A Rede de Observatórios da Segurança monitora esses estados desde 2019 e observa que, enquanto a letalidade na Bahia cresceu 139,4% em seis anos, no Rio de Janeiro as mortes por intervenção policial caíram 61,2%. Essa redução está relacionada à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635 (ADPF das Favelas), que estabeleceu limites nas operações nas favelas.

No entanto, a pesquisadora Francine Ribeiro alerta que essa tendência não se sustentou, com mais de 100 mortes na Operação Contenção em 2025, o que pode tornar o ano mais letal que 2024.

São Paulo em Ascensão e Bahia comédia Letalidade

O estudo também destaca que a letalidade em São Paulo vem escalonando de forma preocupante desde 2022, com alta de 93,8% em três anos. A utilização de câmeras corporais pelos policiais, que reduziu os números, foi revertida com mudanças no programa.

Além disso, operações violentas elevaram os números aos níveis de 2019. A Bahia continua sendo o estado com maior letalidade, com 1.556 mortes, representando 38% do total. Essa situação é classificada como “uma urgência social” devido ao intenso conflito de facções criminosas.

Com informações da Agência Brasil

Conclusão: Urgência em Combater a Violência Policial e Reduzir Desigualdades

Os dados do boletim da Rede de Observatórios da Segurança evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para combater a violência policial e reduzir as desigualdades raciais no Brasil. A ausência de prevenção, a lógica de “modo guerra” e a falta de integração com outros setores contribuem para a manutenção de altos índices de mortalidade, especialmente entre a população negra.

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