Rede D’Or retira metas de expansão de leitos; medida é tomada
A revisão diminuiu em mais de 800 a quantidade de leitos no período de 2025 a 2028, com um custo médio por unidade de R$ 1,4 milhão.

A Rede D’Or revisou seu plano de crescimento orgânico para o período de 2025 a 2028, com previsão de disponibilizar 3.203 leitos hospitalares, em linha com o mais recente formulário de referência do grupo, que é inferior aos 4.036 estimados anteriormente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Rede D’Or informou, no fim de semana, que está desenvolvendo mais de 30 projetos inéditos (greenfield) e de expansão (brownfield), em diversas fases de desenvolvimento e licenciamento.
A empresa informou que os novos leitos apresentariam custo médio de cerca de R$1,4 milhão por unidade, com aproximadamente 80% deles sendo “brownfields”. No relatório de 2024, o custo médio era de R$1,5 milhão e os projetos “brownfields” representavam 70% de um plano com mais de 40 projetos.
LEIA TAMBÉM:
● A Petrobras assegura o direito exclusivo de negociar blocos na Costa do Marfim
● A Caixa está concedendo R$ 1 bilhão em crédito consignado mensalmente, afirma o presidente
● A Caixa registra lucro líquido recorrente de R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre, com aumento de 71,5%
A projeção para este ano é de abertura de 491 leitos, em oposição aos 898 previstos no relatório de referência de 2024. Para o próximo ano, são 868 leitos, de 1.117 leitos anteriormente. Para 2027, projeta 893 leitos, de 771 leitos estimados antes, e para 2028, prevê 951 novos leitos, de 1.250 leitos do plano de 2024.
De acordo com analistas do Citi, embora se esperasse uma redução no plano inicial, a decisão da Rede D’Or não é um bom sinal para a confiança nos fundamentos de crescimento de longo prazo da empresa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Rede D’Or disponibilizou 411 leitos em 2021, 560 leitos em 2022, 250 leitos em 2023 e 1.317 em 2024, de acordo com o relatório de referência mais recente. No relatório do ano passado, a projeção era de concluir 1.348 leitos ao longo de 2024.
Por volta das 14h50, os indicadores do grupo de saúde apresentavam queda de 3,1%, a R$36,28, com o pior desempenho do Ibovespa, que registrava alta de 0,36%.
Para os analistas do Bradesco BBI, a diminuição no plano de expansão é amplamente negativa para a Rede D’Or, especialmente considerando o crescimento acima do mercado de planos de saúde na América do Sul e um ambiente competitivo mais favorável para os hospitais do grupo, devido à sua exposição restrita a operadoras em dificuldades financeiras.
Ademais, o enfâse nos projetos brownfield – que costumam ser mais rentáveis e não demandam credenciamento de pagadores – também representou um mau sinal, indicando perspectivas de crescimento mais modestas nos mercados já estabelecidos, conforme destacado em relatório aos clientes.
Ainda assim, os analistas apontaram que a projeção revisada de 3.2 mil leitos representa um acréscimo de 25% na capacidade.
Analistas do JPMorgan destacaram que a maior parte dos investimentos se concentra em projetos já em andamento.
A equipe do JPMorgan considerou que a revisão da expansão não acarreta impactos significativos nas expectativas de curto prazo e possui efeito restrito sobre a capacidade geral de leitos, ao mesmo tempo em que fortalece a disciplina de capital da empresa.
Os analistas do banco norte-americano também apontaram que o plano não inclui novos projetos potenciais na joint venture com a Atlântica Hospitais – uma subsidiária da Bradesco Saúde.
No mesmo relatório, o JPMorgan revisou projeções para a Rede D’Or, definindo um preço-alvo para dezembro de 2026 de R$42 por ação, e R$36 para o final de 2025. “Mantemos a recomendação ‘overweight’ para a Rede D’Or, considerando a empresa como uma das melhores opções para atuar no setor de saúde.”
A ANS propõe regulamentar planos de saúde de até R$ 100.
Fonte por: CNN Brasil