A Reforma Tributária, que começa a ser aplicada a partir de 2026, representa uma das maiores transformações no sistema fiscal brasileiro. A mudança central reside na substituição do PIS, Cofins, ICMS e ISS pelo IVA Dual, composto pelas CBS e pelo IBS.
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Essa nova estrutura terá impactos diretos nos preços, contratos, tecnologia e na gestão fiscal das empresas.
Desafios na Fase de Transição
Apesar da busca por simplificar a cobrança e reduzir conflitos, a transição para o novo sistema tende a gerar pressão sobre empresas de todos os portes. A adaptação exige um planejamento cuidadoso para evitar perdas de margem de lucro, falhas operacionais e riscos de descumprimento das novas regras.
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Mapeamento de Impactos Financeiros
O primeiro passo crucial é avaliar os efeitos do IVA Dual sobre os custos e preços. Dada a incidência tributária em todas as etapas da cadeia produtiva, margens e contratos podem sofrer alterações significativas entre diferentes setores e regiões.
Simulações com projeções das alíquotas da CBS e do IBS auxiliam na antecipação dos impactos no resultado operacional e no fluxo de caixa.
Revisão de Contratos e Políticas Comerciais
É fundamental revisar os contratos vigentes, atualizando cláusulas que mencionam tributos extintos para o novo formato do IVA Dual. Essa medida reduz o risco de interpretações divergentes. A mudança na forma de cálculo do imposto, que tende a ocorrer fora do preço, pode afetar os valores líquidos, especialmente em contratos de longo prazo e operações interestaduais.
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A análise de margens e políticas comerciais se torna essencial durante a transição.
Atualização de Cadastros e Sistemas
Outro aspecto importante é o saneamento dos cadastros de produtos, serviços e fornecedores nos sistemas de gestão. Essas informações, armazenadas nos ERPs, influenciam diretamente a apuração correta dos tributos e o aproveitamento de créditos.
Segundo Erika Daguani, CPO da Qive, o regime tributário dos fornecedores passa a ter peso na tomada de crédito. A falta de aproveitamento exige alternativas, demandando tempo e planejamento, especialmente a partir de 2027, quando o novo modelo entra em vigor plenamente.
Infraestrutura e Integração de Dados
A Reforma Tributária promove a digitalização e a transparência do sistema fiscal. Soluções que integrem contabilidade, finanças e área fiscal em tempo real reduzem erros e retrabalho. Plataformas que automatizam cálculos, conciliações e cruzamentos de dados ampliam a visibilidade da carga tributária e apoiam decisões durante a transição, conforme destaca Erika Daguani.
Capacitação Contínua das Equipes
A implementação do novo sistema ocorrerá gradualmente até 2033, com ajustes legais e operacionais contínuos. Portanto, equipes de finanças, contabilidade e compliance precisam acompanhar as mudanças desde 2026. Treinamentos regulares, canais de atualização e suporte técnico garantem que as empresas permaneçam em conformidade com as regras da Reforma Tributária ao longo do processo.
