Reino Unido condena a ameaça da Venezuela ao território da Guiana
08/12/2023 às 17h45
O ex-premiê e atual Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, disse na quinta-feira (7) que não vê “absolutamente nenhum argumento para uma ação unilateral por parte da Venezuela” na Guiana, depois do referendo convocado por Nicolás Maduro, no qual a população aprovou a anexação da região de Essequibo.
Cameron fez o comentário durante uma declaração conjunta com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, em Washington.
“Essas fronteiras foram definidas em 1899. Não vejo nenhum motivo válido para que a Venezuela tome uma ação unilateral. É um erro e deve parar”, disse.
Ele ainda afirmou: “Espero ter alguns telefonemas mais tarde com o presidente da Guiana e outros na região para tratar de assegurar que este passo tão retrógrado que se deu não vá mais além”.
Durante a reunião, Cameron disse que estava feliz com as ações dos Estados Unidos, que mostraram seu apoio à independência da Guiana.
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Em 1899, a sentença arbitral de Paris concedeu aos britânicos, que então governavam a Guiana, a soberania sobre a zona rica em petróleo que é objeto de controvérsia. Décadas depois, a Venezuela denunciou à ONU que houve vícios no julgamento e deixou claro que considerava a sentença nula.
Em 1966, foi assinado o Acordo de Genebra, no qual o Reino Unido admitiu a existência de uma controvérsia sobre o território do Essequibo. Nesse mesmo ano, a Guiana tornou-se independente, iniciando uma fase de negociações diretas com a Venezuela.
Na sua conta no antigo Twitter (X), a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, rebateu as declarações de Cameron. Ela afirmou que é a precariedade política, econômica e social à qual o Reino Unido foi lançado, especialmente desde o Brexit, do qual David Cameron é diretamente responsável, que é verdadeiramente retrocedida.
Ele também destacou que os signatários do Acordo de Genebra esperam rompê-lo atualmente.
A Guiana informou que Caracas está tentando “anexar” a área disputada por meio do referendo e das medidas tomadas desde então. A Corte Penal Internacional também usa esse termo.