Restaurantes Confirmados para COP30: Uma Proposta de Sabores Amazônicos

A seleção de restaurantes para a COP30, marcada por controvérsias iniciais, resultou em uma lista de doze estabelecimentos operando nas zonas azul e verde de Belém. A definição da lista ocorreu após a exclusão e posterior autorização de ingredientes culinários típicos da Amazônia, presentes nos restaurantes e quiosques das zonas azul e verde.

A zona azul, com acesso restrito, conta com sete empresas confirmadas para atender às áreas de alimentação e serviços durante o evento: Iacitata Cultura Alimentar, Govinda Restaurante Vegetariano, Catering Food Ltda, Cervejaria Araguaia Comércio e Indústria Ltda., Delícias Quilombolas, Coffee Lovers Brasil Ltda and Consórcio CAM.

Dentre estas, Consórcio CAM terá a presença mais ampla, atuando em três pontos distintos da zona azul. Catering Food Ltda, Cervejaria Araguaia, Delícias Quilombolas e Coffee Lovers Brasil Ltda estarão em dois pontos cada. As demais empresas operarão em um único ponto.

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Zona Verde: Acesso Livre e Diversidade Gastronômica

Na zona verde, com acesso livre, foram selecionados nove restaurantes. Quatro deles – Consórcio CAM, Catering Food Ltda, Cervejaria Araguaia Comércio e Indústria Ltda. e Delícias Quilombolas – operam em ambas as zonas. Os cinco restaurantes restantes foram selecionados para a zona verde, que possui menor controle de credenciais.

Fábio R. Sicilia Com. Imp. Exp. de Produtos Alimentícios Ltda., Pães e Sorvetes Cairu, Govinda Restaurante Vegetariano, Iacitata Cultura Alimentar e Coffee Lovers Brasil Ltda. estão listados para a zona verde.

Sistema de Pagamento Unificado e Sem Caixa

Conforme divulgado no site oficial da COP30, tanto na zona azul quanto na verde, a entrada de alimentos externos não é permitida, devido a preocupações de segurança. Portanto, todo o consumo nesses espaços oficiais será realizado apenas por meio de estabelecimentos credenciados.

O sistema de pagamento será unificado e sem caixa.

Opção de Cartões e Brincos para Pagamento

Segundo a organização, o “cliente poderá optar por ter cartões personalizados ou brincos, que serão exclusivos para o consumo em quiosques, cafés e restaurantes”. Detalhando, a organização informa que cada pessoa com acesso à zona azul se cadastrará e poderá adicionar crédito por Pix, cartão ou dinheiro, nos totens físicos ou pelo link online.

Todos os pontos de venda utilizarão o mesmo sistema. Em caso de saldo remanescente, o valor será reembolsado.

Desafios e Perspectivas da Culinária Amazônica

Apesar das dificuldades iniciais, os restaurantes continuam a preparar a apresentação da cultura gastronômica da Amazônia na COP30. Tainá Marajoara, da Iacitata Cultura Alimentar, ressaltou que a falta de estrutura e sensibilidade das empresas por trás da COP e da organização do serviço de alimentação, não foram adequadas à cultura e à realidade local.

A proibição do uso de panelas de ferro, que impede a prática tradicional de preparar açaí frito e a caruru, também é um ponto de atenção. A falta de diálogo com os cozinheiros e comunidades locais também é apontada.

Propostas e Inovação na Gastronomia Amazônica

O restaurante Govinda Restaurante Vegetariano, também de Belém, promete levar à COP30 um menu que une ingredientes da culinária paraense com sabores inspirados na Índia, buscando uma gastronomia sustentável e criativa, mantendo a identidade amazônica.

Francisco Sridhara, fundador e proprietário, explica que a ênfase será na culinária regional. “Como de costume, nossa maniçoba vegana não pode faltar”, afirma.

Lista Completa de Restaurantes

Zona Azul (acesso restrito): Iacitata Cultura Alimentar (Belém), Govinda Restaurante Vegetariano (Belém), Catering Food Ltda, Cervejaria Araguaia Comércio e Indústria Ltda., Delícias Quilombolas, Coffee Lovers Brasil Ltda, Consórcio CAM. Zona Verde (acesso livre): Consórcio CAM, Catering Food Ltda, Cervejaria Araguaia Comércio e Indústria Ltda., Delícias Quilombolas, Fábio R. Sicilia Com. Imp. Exp. de Produtos Alimentícios Ltda., Pães e Sorvetes Cairu (Belém), Govinda Restaurante Vegetariano (Belém), Iacitatá Cultura Alimentar (Belém), Coffee Lovers Brasil Ltda.

Controvérsia e Defesa da Culinária Local

O processo de seleção de fornecedores foi marcado por controvérsias que mobilizaram entidades ligadas à gastronomia e à produção amazônica. A lista de alimentos proibidos, publicada em 12 de agosto, incluía açaí, tucupi e maniçoba – pratos tradicionais da região.

A justificativa apresentada pela OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) se baseava em supostos riscos sanitários: o açaí poderia transmitir a doença de Chagas se não fosse pasteurizado, enquanto tucupi e maniçoba seriam perigosos se preparados incorretamente.

A decisão gerou uma reação imediata. Organizações como Abrasel, Fiepa, Sebrae, Fecomércio-PA, Slow Food Brasil, e Instituto Regenera, divulgaram uma declaração conjunta criticando o que consideraram um preconceito cultural contra a região. As entidades argumentaram que esses produtos são naturais, consumidos diariamente por milhões de pessoas, e já possuem controles sanitários adequados.