Retorno dos reféns para Israel após cessar-fogo em Gaza é confirmado; 20 ainda vivos, diz governo

Acordo dos Estados Unidos garante libertação de sequestrados até segunda-feira; governo israelense estima que 20 ainda estejam vivos.

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(Imagem de reprodução da internet).

Cessar-fogo entre Israel e Hamas

O cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas começou nesta sexta-feira (10), representando um marco em um conflito que já se estende por dois anos. O acordo de paz, mediado por Egito, Catar e Turquia com a coordenação dos Estados Unidos, foi aprovado na quarta-feira (8) e estipula que o Hamas deve liberar todos os reféns em até 72 horas. O prazo se encerra às 6h de segunda-feira (13), no horário de Brasília. O governo israelense informou que 48 pessoas ainda estão sob a custódia do grupo, sendo que 20 delas estariam vivas.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou otimismo quanto à libertação dos sobreviventes na segunda-feira, embora a operação possa ocorrer ainda neste fim de semana. Em Israel, há um clima de expectativa e emoção, com familiares das vítimas, que há dois anos exigem a devolução dos reféns, programando um pronunciamento conjunto neste sábado (11) em frente a um quartel das Forças de Defesa de Israel, em Tel Aviv.

Detalhes sobre a entrega dos reféns ainda não foram divulgados. Em cessar-fogos anteriores, o Hamas havia entregue parte dos sequestrados à Cruz Vermelha, que facilitou a devolução a Israel com apoio militar. Uma das principais questões em aberto é a localização dos corpos das vítimas que faleceram durante o cativeiro. O grupo terrorista afirmou não saber onde estão os restos mortais e solicitou mais tempo para encontrá-los.

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Força-tarefa e apoio internacional

Para resolver essa situação, a Turquia anunciou a formação de uma força-tarefa com a participação de autoridades internacionais. As buscas pelos corpos contarão com o apoio de Israel, Estados Unidos, Catar e Egito. De acordo com a imprensa israelense, ainda há oito corpos desaparecidos.

O plano de paz proposto por Trump inclui o fim dos bombardeios em Gaza e uma retirada gradual das tropas israelenses. Desde o início do cessar-fogo, as forças israelenses recuaram para linhas previamente acordadas com o Hamas, diminuindo a área de ocupação de 75% para 53% do território.

O chefe do Estado-Maior de Israel orientou as tropas a se prepararem para “todos os cenários” durante o processo de retorno dos reféns. O Hamas, por sua vez, deve liberar os sequestrados — vivos ou mortos — em troca da soltura de quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo aqueles condenados à prisão perpétua.

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Pressão política e futuro de Gaza

Em entrevista, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Eidraz, destacou que o plano de paz representa uma chance de encerrar o ciclo de violência e reconstruir a Faixa de Gaza. Ele ressaltou que a proposta dos Estados Unidos inclui a desmilitarização da região e a remoção do Hamas do controle administrativo.

Eidraz afirmou que “o futuro de Gaza depende da cooperação internacional e da exclusão de grupos terroristas da gestão local”. Ele mencionou que a reconstrução da região deve ser liderada pelos Estados Unidos, com o apoio de países árabes signatários dos Acordos de Abraão, como Egito, Catar e Arábia Saudita.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta pressão interna para garantir a libertação dos reféns e manter a coalizão de governo. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou deixar o gabinete caso o Hamas continue a ter influência política em Gaza.

A comunidade internacional observa atentamente o cumprimento do cessar-fogo e o andamento da libertação. A expectativa é que o acordo possibilite um desfecho pacífico e duradouro após dois anos de conflito, que teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque que resultou em mais de 1.200 mortes em Israel e causou a morte de mais de 60 mil palestinos em Gaza, conforme autoridades locais.

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