Reuniões secretas do Congresso dos EUA sobre o Irã foram adiadas, informam fontes
Deputados participariam de reunião reservada à imprensa para receberem informações sobre a situação no Oriente Médio.

As reuniões confidenciais sobre a situação no Irã, que deveriam acontecer na terça-feira (24) no Congresso dos Estados Unidos, foram adiadas, informou a CNN.
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A reunião do briefing para a totalidade do Senado foi reagendada para quinta-feira (26), segundo duas fontes próximas ao tema.
Duas fontes diferentes informaram à CNN que a sessão destinada a todos os parlamentares da Câmara dos Representantes também foi adiada. Não ficou imediatamente claro o motivo do adiamento ou a nova data da sessão.
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Em seguida ao anúncio de Donald Trump sobre ataques americanos contra o Irã, a deputada democrata de Nova York Alexandria Ocasio Cortez publicou que a operação, conduzida sem autorização do Congresso, constituiu grave violação da Constituição e é “absoluta e claramente motivo para impeachment”.
Outros democratas se manifestaram, e agora se organizam e buscam o apoio de republicanos descontentes para responsabilizar o presidente americano.
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A discussão sobre se Trump teria autonomia para ordenar um ataque contra o Irã já vinha sendo levantada há muito tempo pelos parlamentares.
De acordo com a Constituição americana, somente o Congresso detém o poder de declarar guerra, porém Trump não emitiu uma declaração oficial de guerra contra o Irã.
A Constituição também estabelece que o presidente possui a prerrogativa de ordenar o emprego da força militar em face de ataques contra os Estados Unidos e para promover interesses de relevância nacional.
Ademais do questionamento sobre a prerrogativa presidencial para conduzir a operação sem o Congresso, a oposição contesta que os líderes republicanos das duas casas foram informados com antecedência, ao contrário dos democratas.
Trump alertou o presidente da Câmara, Mike Johnson, e o do Senado, John Thune (ambos republicanos) sobre o ataque. Contudo, os líderes da minoria no Senado, Chuck Schumer, e na Câmara, Hakeem Jeffries, foram notificados somente após a operação já ter sido conduzida e pouco antes do anúncio público.
Mike Johnson defendeu a posição de Trump, afirmando que “os líderes no Congresso estavam cientes da urgência da situação e o presidente considerou que o perigo iminente prevalecia sobre o tempo que levaria para o Congresso agir”.
Trump conta com o apoio da maioria dos republicanos. Contudo, a decisão de atacar o Irã não foi unânime entre a base, e o próprio presidente utilizava o período eleitoral para priorizar questões internas em detrimento de investimentos externos, buscando evitar que os EUA se envolvlessem em mais uma guerra no Oriente Médio.
O deputado republicano Thomas Massie, do Kentucky, afirmou em entrevista à CNN que a decisão de Trump de atacar o Irã pode fragmentar o partido e levar à perda de eleitores para os republicanos.
O autor expressou preocupação com o crescente desânimo e a falta de participação eleitoral, alertando que isso poderia favorecer os democratas e levar a um novo processo de impeachment contra Trump. Ele recordou que tal cenário já ocorreu durante o primeiro mandato do presidente, em frente à Casa Branca.
Fonte por: CNN Brasil