Rico Melquíades firmou acordo de R$ 1 milhão com o Ministério Público na CPI das Bets
Os valores serão restituídos em duas etapas: 600 mil de uma só vez e 400 mil em oito parcelas.

O influenciador Rico Melquisedes admitiu práticas ilegais relacionadas à promoção de casas de apostas e se comprometeu a pagar 1 milhão de reais em multa para finalizar uma investigação da Justiça de Alagoas. A informação resulta de um acordo de não-persecução penal estabelecido com o Ministério Público e homologado em 23 de abril. O humorista foi ouvido na CPI das Bets no Senado nesta quarta-feira 14.
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Serão devolvidos aos cofres do estado em parcelas: 600 mil de uma só vez e 400 mil em oito prestações. A primeira parte já está sob a guarda do Tribunal de Justiça de Alagoas, que ordenou o bloqueio dos bens do influenciador em janeiro. Na ocasião, no âmbito da Operação Game Over 2, a Polícia Civil apreendeu um veículo seu.
A proposta do MPÂ se aplica a crimes sem violência e com pena reduzida. Nesse caso, o órgão considera que o acordo é suficiente para combater as irregularidades identificadas durante a investigação.
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Outros investigados assinaram acordos para concluir as apurações. A blogueira Juliana Priscila (também conhecida como “Princesa da Favela”), com mais de 1,2 milhão de seguidores no Instagram, concordou em pagar 60 mil reais para extinguir as acusações, conforme a sentença da 17ª Vara Criminal do TJ datada de 23 de abril.
As investigações indicavam que Rico e outros influenciadores participavam de uma organização criminosa que promovia apostas em casas ilegais. Na audiência da CPI, ele admitiu ter contratos de publicidade com plataformas de apostas, mas negou envolvimento direto com operações irregulares. Acrescentou que sempre alertava seus seguidores sobre os riscos da prática.
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Com mais de 10 milhões de seguidores, Rico se autodenomina embaixador da ZeroUm Bet, casa de apostas que opera no Brasil por meio de uma liminar. A empresa foi fundada em julho do ano anterior pela advogada Deolane Bezerra para atuar no mercado de apostas online no país, sendo posteriormente administrada por um empresário piauiense com vínculos com o setor de apostas.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) solicitou que o influenciador depõe para entender a estrutura das campanhas de divulgação de jogos ilegais, os vínculos entre influenciadores e essas plataformas, e o impacto negativo dessas práticas na sociedade, em particular nos grupos vulneráveis.
Fonte: Carta Capital