Rio de Janeiro confirma óbito de homem devido à febre do Oropouche
Trata-se do primeiro óbito confirmado pela enfermidade no território nacional em 2024.

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro confirmou o óbito de um homem de 64 anos devido à febre do Oropouche. Não havia confirmação de morte por essa doença no Brasil em 2024, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
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O diagnóstico foi confirmado na sexta-feira, 16, aproximadamente dois meses após o falecimento, após análises da Fiocruz e do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro. O homem permaneceu hospitalizado por quase um mês, na região metropolitana do Rio, após a infecção.
Ele residia na cidade de Cachoeiras de Macacu, no interior do estado do Rio de Janeiro. O município, como sugere seu nome, possui inúmeras cachoeiras e é um importante produtor de frutas, incluindo goiaba e banana. O ambiente é propício à reprodução do mosquito *Culicoides paraensis*, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que transmite a doença.
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O maruim é bem pequeno e comum em ambientes naturais e áreas de mata. A recomendação é utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelente nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo, e instalar telas de malha fina em portas e janelas.
A doença
A febre do Oropouche apresenta sintomas semelhantes aos da dengue. Indivíduos infectados relatam febre, cefaleia, dores articulares e musculares, calafrios, náuseas e vômitos. Os sintomas costumam durar períodos de cinco a sete dias. A grande maioria dos pacientes se recupera após esse período, porém existem riscos de agravamento em crianças e pessoas com mais de 60 anos.
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A doença é causada pelo vírus Oropouche orthobunyavirus (OROV). Além do maruim, ela pode ser transmitida pelo mosquito do gênero Culex quinquefasciatus, comumente chamado de pernilongo ou muriçoca.
A doença foi detectada inicialmente em Trinidad e Tobago, na ilha caribenha situada ao norte da Venezuela, em 1955. O nome se origina do rio Oropouche, que atravessa o território.
Em décadas, ocorreram surtos esporádicos da doença em diversas regiões da América Latina. Nos últimos anos, observou-se um aumento no número de casos. A Organização Pan-Americana da Saúde emitiu, em julho do ano anterior, um alerta epidemiológico sobre os riscos de transmissão da doença durante a gestação.
Fonte: Carta Capital